Morre, aos 103 anos, a italiana Nobel de Medicina

A vencedora do prêmio Nobel de Medicina e senadora vitalícia italiana, Rita Levi-Montalcini, faleceu em Roma aos 103 anos de idade, informa neste domingo (30) a imprensa local. Nascida em Turim no dia 22 de abril de 1909 em uma família judia, foi reconhecida com o Prêmio Nobel de Medicina em 1986 junto com Stanley Cohen por suas pesquisas sobre o crescimento das células neurológicas.

Sua sobrinha, Piera Levi-Montalcini, explicou ao jornal "La Stampa" que ela "faleceu após o almoço" e que não passou mal antes de morrer, mas "se apagou como pode ser apagada uma longa existência que foi feliz, sobretudo nos momentos de trabalho". "Está claro que, se for levada em conta a idade, não podemos dizer que não o esperávamos, mas o vazio que ela deixa ainda não consigo calcular", acrescentou.
Entre as primeiras reações ao falecimento de Levi-Montalcini está a do prefeito de Roma, Gianni Alemanno, que declarou que com sua morte se vai "uma personalidade extraordinária, uma mulher que em sua longa e esplêndida vida mostrou um compromisso, uma força e um empenho extraordinários". Levi-Montalcini se formou em Medicina pela Universidade de Turim em 1936, e trabalhou como assistente do histólogo Giuseppe Levi.

Quando começou a Segunda Guerra Mundial e devido às ameaças de perseguições antissemitas, ela se mudou para Bruxelas, onde colaborou com o Instituto Neurológico durante um ano. Em 1940, após a entrada das tropas de Hitler na Bélgica, retornou à Itália e organizou em sua casa um pequeno laboratório de neuroembriologia experimental.

Durante a guerra, viveu clandestinamente em Florença e trabalhou como médica das tropas americanas até, finalizada a guerra, voltar a trabalhar na Universidade de Turim. Em 1947, se mudou para os Estados Unidos após o convite do professor Viktor Hamburguer para ir à Washington University de St. Louis, onde foi pesquisadora e professora de Neurobiologia.

Entre 1954 e 1960, trabalhou junto com o bioquímico americano Stanley Cohen na identificação do fator de crescimento e, um ano depois, fundou em Roma um Centro de Pesquisa sobre o NGF ("nerve growth fator", fator de crescimento neural). Em 1969, tomando como base esse centro, criou o Instituto de Biologia Celular, do qual ocupou a direção, passando a viver entre St. Louis e Roma, até se estabelecer de forma definitiva na capital italiana em 1977.

Em 1986, a Academia das Ciências sueca outorgou a ela e a Stanley Cohen o Prêmio Nobel de Medicina, como reconhecimento por suas pesquisas sobre o crescimento das células neurológicas. No dia 1º de agosto de 2001, Rita Levi-Montalcini foi nomeada senadora vitalícia pelo então presidente da República italiana, Carlo Azeglio Ciampi.

Da EFE

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