A exoneração da ex-gestora da creche Futuro do Amanhã, em San Martin, em função de uma suposta perseguição política por conta das prévias do PT pode não ser um caso isolado. A reportagem descobriu, durante o ato que marcou o início de campanha do secretário estadual de Governo, Maurício Rands, que uma assessora técnica da Fundação de Cultura da Cidade do Recife (FCCR) foi demitida por ser ligada a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) – ala contrária ao projeto de reeleição do prefeito João da Costa (PT). A portaria 1086, que traz a demissão de Joana D'Arc Barbosa da Silva, foi publicada no Diário Oficial do município nesta quinta (19).
Segundo relatou a ex-servidora da FCCR, a justificativa dada pela Prefeitura do Recife (PCR) para sua saída foi de reformulação na equipe na fundação de cultura. Contudo, de acordo com Joana D'Arc, apenas ela e outro servidor – também ligado à CNB – deixaram a prefeitura. A autarquia até pouco tempo atrás era terreno da ala que hoje defende a candidatura do secretário Maurício Rands e comandada pela advogada Luciana Félix. Outras três pastas na PCR – Assuntos Jurídicos, Saúde e Cultura – também tinham representantes da CNB no primeiro escalão do governo João da Costa.
"Sou da CNB e sempre fui alguém que buscava fazer um bom trabalho dentro da fundação de cultura. Mas por conta desse jogo político e acirramento que está em decorrência das prévias, fui demitida. O clima na fundação está muito pesado para as pessoas que não pensam e não 'jogam' do mesmo jeito que o prefeito.
Perguntei o motivo de minha demissão e disseram que estavam fazendo uma reformulação na equipe, mas apenas eu e um amigo, que também é da CNB, perdemos o emprego e ninguém mais, até mesmo quem defende o prefeito", criticou a ex-servidora da prefeitura.
A ex-assessora da FCCR condenou a perseguição política que está havendo nos corredores da PCR. "Sou militante do PT e nunca vi isso acontecendo na minha vida. O que estão fazendo é perseguição (política) e o nosso próprio partido não tolera práticas dessa natureza. Isso é um absurdo o que estão fazendo", lamentou.