Reconstituição do caso reforça versão do jogador Adriano

A polícia realizou nesta quarta-feira (28) uma acareação entre os envolvidos e uma reconstituição do incidente ocorrido no último sábado, quando Adriene Cyrilo Pinto levou um tiro acidental dentro do carro do jogador Adriano, na saída de uma boate no Rio. A vítima sustenta que o atacante do Corinthians teria sido o autor do disparo, o que ele nega - as outras quatro pessoas que estavam dentro do veículo confirmaram, em depoimento, a mesma versão do atleta.

"Depois da reconstituição ela (Adriene) admitiu que pegou a arma no chão do carro e que disparou sem querer. Ela chorou e disse que estava arrependida, que ficou perdida no meio da confusão e por isso nos deu aquela versão", disse o delegado Fernando Reis, responsável pelo inquérito.

Horas depois de ter deixado o Hospital Barra D'or, onde estava internada desde sábado por causa do tiro levado na mão esquerda, Adriene esteve na tarde desta quarta-feira na 16ª DP (Barra da Tijuca), onde o caso está sendo investigado. Além da vítima, Adriano e duas das três mulheres que ocupavam o carro no momento do disparo participaram da reconstituição, realizada no pátio da delegacia. Uma policial fez as vezes da garota que não compareceu à convocação.

Adriene sustentou até onde pode a versão de que Adriano estava no banco de trás do veículo, de onde, segundo a perícia, o tiro foi disparado. Enquanto isso, o atacante do Corinthians garante que estava no banco do carona, ao lado do motorista, o tenente da reserva da PM Julio Cesar Barros de Oliveira, que é o dono da arma. Na reconstituição do caso, a porta traseira do carro do jogador sequer fechou quando ele sentou-se no banco de trás, junto com a vítima e outras duas mulheres.

A vítima foi a primeira a chegar à delegacia, mas não quis dar entrevistas. Adriano apareceu 45 minutos depois e também evitou a imprensa. Duas das outras três mulheres que ocupavam o carro na madrugada do último sábado também participaram da acareação. Uma delas, Andreia Ximenes, disse na entrada da 16ª DP: "Vim para provar a inocência de Adriano".

Cada um foi, mais uma vez, ouvido separadamente. Depois, teve início o confronto de depoimentos. O delegado Fernando Reis, titular da 16ª DP e responsável pela investigação, coordenou a reconstituição do momento do disparo - a chuva adiou por pelo menos duas vezes o início do procedimento.

Antes da reconstituição, três peritos do Instituto de Criminalística Carlos Eboli (ICCE) tinham feito nova vistoria no carro do jogador e voltaram a afirmar que o tiro partiu do banco traseiro. Segundo eles, a arma, no momento do disparo, estava atrás do banco do motorista e o tiro - da pistola calibre 40 - partiu de baixo para cima, na direção da porta. A marca da bala, que não chegou a perfurar a lataria, ainda pode ser vista do lado de fora do veículo.

Por ter mentido, Adriene pode ser indiciada por denúncia e ação caluniosa.

Fonte: Agência Estado

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