Uma mulher bonita, bem tratada e que trabalhou como secretária numa grande empresa. Assim, duas pessoas definiram Maria de Fátima, a mulher que mora há três anos na calçada da Avenida Manoel Borba, na Boa Vista. Depois de ter parte da sua história contada pelo Diario na edição do último dia 15 de dezembro, a mulher foi reconhecida por um ex-colega de trabalho. O engenheiro Joel César de Albuquerque Júnior, 57 anos, trabalhou durante muitos anos no Grupo Votorantim. Foi lá que conheceu Fátima e disse não ter dúvidas de que ela é a mulher que hoje vive numa barraca de camping em meio à agitação do Centro do Recife.
“Depois que li a reportagem, eu fui até o lugar onde ela vive e não tive mais dúvidas, mas ela estava tão arredia que preferi não me aproximar muito. Ela ainda olhou para mim, mas não falou nada. Naquele dia, não consegui dormir direito. Ela era a secretária do gerente de vendas da empresa”, contou César. Além do engenheiro, uma ex-vizinha também a reconheceu pela matéria do Diario. Apesar do Natal, Fátima deve ter mais um dia solitário na rua. As duas pessoas contaram que ela era adotada por uma senhora. E que essa mulher tinha falecido há alguns anos. A ex-vizinha acha que foi a partir daí que ela tenha desenvolvido problemas psicológicos e que tenha mudado toda a sua história.
Há dois dias, a equipe do Diario voltou à “casa” de Fátima com o seu ex-colega de trabalho. Era perto do meio-dia. Como da primeira vez que nossa equipe esteve no local, no mesmo horário, ela estava tomando banho e em seguida trocou de roupa. Ali, Fátima faz suas refeições, quase sempre doadas pelas pessoas que trabalham nas redondezas. Enquanto se trocava, gritava e olhava desconfiada para algumas pessoas que passavam perto dela.
O engenheiro Joel César resolveu se aproximar da mulher que ele descreveu como uma pessoa altiva. “Fátima era uma mulher bonita, bem cuidada e de temperamento muito forte. Às vezes, era de difícil relacionamento na empresa, mas nunca tive problemas com ela”, justificou. Fátima olhou para o engenheiro e disse: “nem conheço, nem quero conhecer. E vocês desapareçam daqui se não eu vou chamar a polícia”, gritou. Diante da reação, César preferiu não insistir. “É ela mesma. Tenho certeza. É muito triste você ver uma pessoa que trabalhou com você nessa situação”, ponderou o engenheiro.
Solitária
Fátima já é conhecida dos moradores e comerciantes da Avenida Manoel Borba. Há um mês, vivia em um colchão numa calçada junto a uma mala, um banco pequeno e outros objetos. Ganhou uma barraca de camping, onde consegue se proteger à noite. As pernas ficam pro lado de fora. “A condição de vida dessa mulher é muito triste. É preciso fazer alguma coisa para tirá-la desse local. Passo por aqui há dois anos e não vejo nenhuma ação social voltada para o atendimento dela”, reclamou a advogada Paula Crisóstomo, 35. Segundo os profissionais do serviço de assistência social da Prefeitura do Recife, Fátima seria retirada da rua e levada para um Centro de Referência de Assistência Social na semana passada, o que não aconteceu até o final da tarde de ontem.
Do DP
“Depois que li a reportagem, eu fui até o lugar onde ela vive e não tive mais dúvidas, mas ela estava tão arredia que preferi não me aproximar muito. Ela ainda olhou para mim, mas não falou nada. Naquele dia, não consegui dormir direito. Ela era a secretária do gerente de vendas da empresa”, contou César. Além do engenheiro, uma ex-vizinha também a reconheceu pela matéria do Diario. Apesar do Natal, Fátima deve ter mais um dia solitário na rua. As duas pessoas contaram que ela era adotada por uma senhora. E que essa mulher tinha falecido há alguns anos. A ex-vizinha acha que foi a partir daí que ela tenha desenvolvido problemas psicológicos e que tenha mudado toda a sua história.
Há dois dias, a equipe do Diario voltou à “casa” de Fátima com o seu ex-colega de trabalho. Era perto do meio-dia. Como da primeira vez que nossa equipe esteve no local, no mesmo horário, ela estava tomando banho e em seguida trocou de roupa. Ali, Fátima faz suas refeições, quase sempre doadas pelas pessoas que trabalham nas redondezas. Enquanto se trocava, gritava e olhava desconfiada para algumas pessoas que passavam perto dela.
O engenheiro Joel César resolveu se aproximar da mulher que ele descreveu como uma pessoa altiva. “Fátima era uma mulher bonita, bem cuidada e de temperamento muito forte. Às vezes, era de difícil relacionamento na empresa, mas nunca tive problemas com ela”, justificou. Fátima olhou para o engenheiro e disse: “nem conheço, nem quero conhecer. E vocês desapareçam daqui se não eu vou chamar a polícia”, gritou. Diante da reação, César preferiu não insistir. “É ela mesma. Tenho certeza. É muito triste você ver uma pessoa que trabalhou com você nessa situação”, ponderou o engenheiro.
Solitária
Fátima já é conhecida dos moradores e comerciantes da Avenida Manoel Borba. Há um mês, vivia em um colchão numa calçada junto a uma mala, um banco pequeno e outros objetos. Ganhou uma barraca de camping, onde consegue se proteger à noite. As pernas ficam pro lado de fora. “A condição de vida dessa mulher é muito triste. É preciso fazer alguma coisa para tirá-la desse local. Passo por aqui há dois anos e não vejo nenhuma ação social voltada para o atendimento dela”, reclamou a advogada Paula Crisóstomo, 35. Segundo os profissionais do serviço de assistência social da Prefeitura do Recife, Fátima seria retirada da rua e levada para um Centro de Referência de Assistência Social na semana passada, o que não aconteceu até o final da tarde de ontem.
Do DP