SÃO PAULO (AE) - O médico cassado Roger Abdelmassih está foragido desde a última quinta-feira, quando a juíza Cristina Escher, da 16ª Vara Criminal de São Paulo, decretou a prisão preventiva do médico, após o especialista em reprodução assistida ter pedido uma renovação do passaporte. Durante toda o dia de ontem, policiais da Divisão de Capturas da Polícia Civil, com apoio de agentes da 1ª Seccional, fizeram buscas pelo médico cassado.
Duas equipes do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil fizeram campana desde a madrugada de ontem na casa de Abdelmassih, no Jardim Paulista, mas ele não havia sido localizado até o fechamento desta edição. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), qualquer policial poderá cumprir o mandado de prisão preventiva caso encontre o médico. Dar guarida a um foragido da Justiça é considerado crime brando e pode levar à pena de um ano de prisão.
O GOE investiga também amigos e parentes de Roger Abdelmassih e de sua mulher, a procuradora Larissa Maria Sacco, para descobrir seu paradeiro. Abdelmassih foi condenado a 278 anos de prisão em novembro pela juíza Kenarik Boujikian Felippe, também da 16ª Vara Criminal de São Paulo, por abusar sexualmente de 39 mulheres em sua clínica de reprodução assistida, entre 1995 e 2007. Ele foi absolvido de oito acusações. Uma liminar concedida em dezembro de 2009 pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitiu que ele recorresse da sentença em liberdade.
“Na segunda-feira, entraremos com uma medida de defesa. É o que posso dizer por enquanto”, disse o advogado de Abdelmassih, José Luiz Oliveira Lima. Ontem, os advogados do médico, Lima e Jaqueline Furrier, trabalharam na elaboração das novas medidas de defesa.