Reconstituição de crime emociona familiares de professor


Do JC
Postagem: Gabriel Diniz


A polícia realizou na noite desta quarta-feira (8) a reconstituição do assassinato do professor universitário e dentista Paulo Augusto Sperança, 53 anos, encontrado assassinado a facadas dentro do próprio carro em 8 de agosto, no bairro dos Torrões, Zona Oeste do Recife. Segundo a polícia, ele foi morto por dois homens: José Amaro de Souza Filho, 42, conhecido como José Costurado, e Adolfo Berto Soares, 39, a mando da ex-exposa da vítima, Ana Terezinha Zanforlin. Uma outra mulher, Sandra Goreti Monteiro Aguiar, 42 (esposa de Adolfo) teria ajudado os dois homens. A polícia suspeita, ainda, da participação de uma quinta pessoa no caso.

Marcada para começar às 20h, a reconstituição só foi iniciada às 21h15. Até o fechamento desta edição, à meia-noite, ainda não havia acabado. A previsão dos policiais era que o trabalho durasse até quatro horas. O primeiro local visitado foi a casa de Ana Terezinha, onde ocorreu o assassinato, na Rua Real da Torre, 1152, Torre, Zona Oeste do Recife.

O primeiro a entrar e simular os momentos do crime foi José Amaro. Em seguida, foi a vez de Adolfo. Ambos relataram friamente o crime. “Preferimos fazer a reconstituição individualmente, para que os dois acusados não trocassem informações. Isso nos ajuda a chegar a conclusões com mais segurança”, afirmou a delegada responsável pela investigação, Silvana Lélis.

Ana Terezinha Zanforlin não participou. “Não foi necessário porque ela foi apenas autora intelectual”, explicou a delegada. Sandra Goreti também não compareceu.

Antes de entrar no local do crime, Adolfo Soares conversou com policiais e jornalistas. Ele disse estar preocupado com a situação de sua esposa, Sandra, que, segundo ele, não teria participado do crime. “Eu assumo. Tive olho grande, porque a gente ganhava pouco. O dinheiro que ela (Ana) me ofereceu daria para comprar uma casa. Por isso resolvi participar. Assumo e vou pagar. Só que cheguei em casa e não contei nada à minha mulher. Quando a polícia chegou, ela realmente não sabia e foi presa como cúmplice. Está pagando pelo que não fez”, garantiu. Adolfo comparou, ainda, sua participação no crime com a dos outros envolvidos. “Acho muito pior planejar tudo friamente, participar de reuniões. É pior do que chegar e matar”, disse.

Irmãos de Sperança estiveram no local desde o início, mas em alguns momentos, visivelmente emocionados, preferiram sair de perto dos acusados e dos policiais. Após a reconstituição na Torre, policiais e acusados seguiriam para os Torrões, onde o veículo foi abandonado com o corpo.

MISSA - Nesta quinta-feira (9) será celebrada uma missa em homenagem ao professor. Será ás 20h, na Igreja de Nossa Senhora de Boa Viagem. Sperança era doutor em odontologia e ensinava na UFPE, UPE e Asces.

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