Postagem: Gabriel Diniz
Emoção e clamor por justiça marcaram a missa em memória do professor Paulo Augusto Sperança, realizada na noite dessa quinta-feira, na igreja de Nossa Senhora de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Familiares e amigos do professor aproveitaram a celebração religiosa para organizar um ato solidário.
Após a missa, os irmãos de Paulo, Fátima e Mário Sperança e um dos filhos do professor, Vitor Sperança, todos muito emocionados, leram textos que, além de expressarem os sentimentos de dor e tristeza pelos quais a família passa, serviram como apelo às autoridades competentes para que a justiça seja feita.
“Na reconstituição do crime (realizada na quarta), descobrimos que ela (referindo-se a Ana Zanforlin), deu detalhes da nossa vida aos homens que executaram Paulo. Não sabemos ao certo quantas pessoas estão envolvidas no crime e por isso a família pede o apoio do Estado e da Justiça para garantir nossa segurança. Não queremos vingança, mas lutaremos até o fim pela justiça”, declarou Fátima.
Muito emocionado, ao ponto de ter que interromper a fala várias vezes por não conseguir conter o choro, Vitor Sperança, que mora em Brasília com a mãe, mas mantinha contato com o pai e costumava passar as férias no Recife, descreveu sua dor através de questionamentos. “Quanto tempo dura para cicatrizar uma ferida? Parece que elas nunca vão sarar...Parece que me roubaram o chão”, descreveu, ratificando a afirmação da tia, de não optar por vingança. “Apesar de todo o mal que a realidade insiste em mostrar, a gente precisa acreditar na justiça”, enfatizou.
Paulo Sperança foi encontrado morto, dentro do seu carro, no dia 8 de agosto, no bairro dos Torrões, Zona Oeste. A principal suspeita de ter arquitetado o crime é a viúva de Paulo, Ana Zanforlin. Ela e mais três pessoas estão presas. A polícia investiga se houve participação de uma quinta pessoa no crime.