Olá,
Sou estudante de jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, mas hoje escrevo unicamente como cidadã, para relatar um fato que ocorreu na noite da última segunda-feira, 13 de setembro de 2010, por volta das 19h, nas intermediações da referida universidade.
Todos sabem do transtorno que os alunos que vão para a Unicap de carro passeio (e os motoristas que passam pelo local nos horários de pico) têm, diariamente, para estacionar os seus veículos. Enormes filas de carros se formam em todas as ruas que dão acesso ao local e, não são raras vezes, alunos chegam atrasados na aula.
Porém, malefícios à parte, é mais seguro para o aluno enfrentar uma hora ou mais na grande fila e guardar o seu veículo em “segurança” (coloco entre aspas, pois, recentemente, foi levado ao público o caso da moça que ia sendo estuprada dentro do local). No entanto, além dos 350 carros (capacidade do pátio – um absurdo se tratando da quantidade de estudantes que necessitam estacionar), perdemos a conta das inúmeras vagas ocupadas por aqueles que não persistem na fila e resolvem parar no entorno da faculdade (e, por não terem outra opção, acabam atrapalhando).
Posso parecer um pouco exaustiva na minha narrativa interminável a respeito de um assunto que já é de conhecimento público, porém, é aí que chego à questão fundamental e justifico o motivo do meu contato.
Especialmente ontem, uma viatura da CTTU resolveu desguiar vários carros que esperavam para entrar no parque de estacionamento. Quem estava prestes a entrar foi agredido verbalmente por um “guarda” de trânsito que apitava ensandecidamente e indicava o sentido de desvio que os que aguardavam na fila deveriam fazer. E não foi só isso. Posso relatar tal fato porque fui uma das várias pessoas que escutaram grosserias de um homem fardado que se dizia ser a “plena autoridade” e por isso poderia fazer o que quisesse.
Estacionei o carro no entorno da faculdade e voltei para apurar o acontecido, afinal, cinco vagas foram liberadas (pude contar quantos carros saíram, enquanto eu explicava o caso ao responsável pelo local e tentava convencê-lo, sem sucesso, a me deixar entrar pelo local de saída) logo após eu ser expulsa agressivamente da porta de entrada do estacionamento.
Outra coisa, ninguém nunca tinha sido proibido anteriormente de fazer uma INEVITÁVEL fila dupla naquela rua, justamente porque vários carros estacionam do lado esquerdo – onde tem uma enorme placa sinalizando “PROIBIDO ESTACIONAR”. E a rua, que sendo estreita, fica limitada em duas filas, uma de passagem e outra de acesso ao estacionamento.
E mesmo diante de tal fato, o que é questionável é a atitude do agente da CTTU, que agiu de forma completamente intolerante gritando e ofendendo as pessoas que não tinha maior culpa.
Os ‘flanelinhas’ do local se irritaram com o guarda e, quando fui pedir esclarecimento ao dito cujo, ele se alterou e, mais uma vez, em um tom de voz notadamente alterado, falou: “Quer reclamar? Vá lá na CTTU ou ligue! Agora, saia daqui”.
Na ocasião só pude fazer uma coisa, anotar o número da viatura e fotografar a placa do carro e alguns momentos de tensão com os que estavam no local.
Eu estava com uma amiga, que ficou igualmente ofendida pela agressão do guarda e muitos do local me ajudaram no momento, me dando informações como, por exemplo, o número da viatura (06). Sei que várias são as queixas do tipo que chegam como denúncia, mas nesse caso o problema se agrava todo semestre, quando centenas de alunos são admitidos na Instituição.
Não sei se existe um limite de carros para serem credenciados no estacionamento da Católica (acredito que não), mas o que não é justo é pagarmos uma universidade caríssima e termos que passar por este tipo de humilhação na “porta de casa”.
Vejo várias queixas aos incompetentes que andam praticando “canetadas” sem dó nem piedade. Até na porta de Igreja já vi dois agentes da CTTU multando os carros com a maior cara de satisfação.
Enquanto isso, esses vilões fardados acham que tem o direito de estacionar onde bem quiserem (como já vimos tantas vezes registrado nos jornais) e pior, conseguem ter o ego tão inflado que jogam uma patente de autoridade na cara de qualquer indivíduo de bem e ferem um princípio tão básico e inerente à ordem – O RESPEITO!
E, como jornalista em formação, eu pergunto... se não à imprensa, a quem vamos nos manifestar?!
Atc,
Aline Souza.