Uma engenheira da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Eletrobras /Chesf) foi encontrada morta ontem em um matagal situado no quilômetro três de Aldeia, distrito do município de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Ainda é um mistério para o que pode ter causado a morte de Maria da Conceição Araújo da Silva, de 36 anos. De acordo com o delegado João Brito, coordenador das forças tarefas do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), todas as possibilidades serão investigadas. “A confirmação definitiva somente poderá ser atestada após o recebimento do exame tanatoscópico e toxicológico realizado pelo Instituto de Medicina Legal (IML) no corpo da vítima. Foi instaurada portaria no sentido de esclarecimento da causa da morte para averiguação e, posteriormente, o inquérito policial será remetido para a delegacia local”, destacou o delegado. Maria da Conceição estava bem vestida, com uma calça jeans, uma camiseta e um casaco e, apesar de ter sido encontrada em um local de difícil acesso, não apresentava sinais de violência física ou sexual. “Não tinha nenhuma tipo de ferimento. Foram identificados sangramentos no nariz e nos ouvidos. Havia três caixas com medicamento tarja preta, além de objetos pessoais”, destacou a perita Iara Fernandes, do Instituto de Criminalística (IC). Os policiais do 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM) foram acionados por volta das 14h50. Segundo eles, também havia uma lata de cerveja e uma faca peixeira ao lado do corpo da engenheira. No local, ainda foi levantada a possibilidade de o pescoço da engenheira ter sido torcido. Ninguém na localidade disse reconhecer a vítima ou ter visto quando ela adentrou o matagal. Segundo colegas de trabalho, a engenheira teria chegado ao trabalho por volta das 8h na última quarta-feira e, após cerca de uma hora e meia, afirmou que iria até um caixa de banco e não voltou mais. Na bolsa da vítima foram encontrados R$ 300, o que diminui a possibilidade de que ela tenha sido vítima de um latrocínio (roubo seguido de morte). Maria da Conceição passou cerca de 15 dias em licença médica para tratar de uma depressão e teria voltado ao trabalho na quarta-feira. Segundo o delegado João Brito, dentro da lata de cerveja encontrada ao lado do corpo da vítima, havia um veneno para rato popularmente conhecido como chumbinho (Organofosforado Carbamato), que é comercializado irregularmente.O coordenador das forças tarefas destacou ainda que a flexibilidade no pescoço da vítima, que levantou suspeitas de que tivesse sido torcido, provavelmente foi provocada pelo volume de remédios ingeridos. “Por conta disso, ela pode ter apresentado coagulação retardada”, frisou. O local em que a engenheira foi encontrada, segundo ele, também reforça a hipótese de suicídio. “O local ermo faz parte do perfil do suicida depressivo, que quer se isolar do mundo. O matagal indica que ela não queria ser achada e nem que os parentes a encontrassem e sofressem”, frisou. Postada por Gabriel Diniz |
Por Priscilla Aguiar