A Marcha da Maconha, marcada para a tarde do próximo domingo, no Bairro do Recife, vai acontecer, mas será proibido o consumo da erva durante o evento. Pelos menos esse foi o entendimento entre os organizadores da manifestação e o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, que se reuniram nesta quinta-feira (29) à tarde para discutir o assunto. No dia anterior, Damázio havia se posicionado contra a marcha.
Policiais civis e militares, segundo Damázio, acompanharão a marcha e, “caso ocorra algum fato que configure crime, eles serão obrigado a agir porque assim determina a lei.”
No encontro, que durou cerca de 15 minutos, os coordenadores do evento explicaram ao secretário que o objetivo da manifestação não é fazer apologia às drogas. “Viemos aqui esclarecer ao secretário nossa intenção. Não é uma marcha da apologia, mas uma marcha para discutir a lei. E nós, da organização, também achamos que a marcha não é lugar para fumar maconha”, explicou Flávio Campos, um dos organizadores do evento e conselheiro estadual sobre drogas.
Campos, no entanto, admitiu que o fato do secretário de Defesa Social ter recebido o grupo é um avanço na discussão sobre o tema. “Ele deu a declaração de que era contra em um dia e no outro se colocou prontamente para nos atender. Isso é importante”, afirmou.
Para o secretário, a discussão sobre o tema é válida, mas não deve ser levada às ruas. “Nosso entendimento é que esse evento, da forma que está sendo feito, não contribui para nada. Acho que o foro adequado para o debate da descriminação das drogas é o parlamento, as universidades, o ambiente acadêmico”, destacou.
Segundo Damázio, o fato de os organizadores da marcha não apoiarem que os manifestantes fumem a erva durante o evento não é garantia de que não haverá consumo. “Eles vão conseguir transmitir isso para as pessoas que vão fazer parte da marcha? Essa é a grande pergunta. Os órgãos operativos da secretaria acompanharão a marcha”, garantiu.
Pouco antes do encontro, o Ministério Público de Pernambuco divulgou nota afirmando que não iria se opor à realização da manifestação. “Os representantes do Ministério Público de Pernambuco nestas Varas (de entorpecentes) não vislumbram necessidade de atuação ministerial, por não ser razoável presumir que a simples realização da marcha estará necessariamente atrelada à prática de crimes.”
A concentração da marcha está marcada para as 14h do domingo, na Rua do Apolo. Os organizadores esperam reunir mais de três mil pessoas na manifestação.
Fonte: Jornal do Commercio