Header Ads

test

CANDIDATOS NO TWITTER: #FAIL TOTAL


A campanha começou. Os pós-candidatos estão saindo da toca. Ou melhor, estão entocados tuitando, à procura de “seguidores” para suas mentiras. Os políticos já tinham entrado online, ainda que timidamente, na campanha municipal de 2008, tentando pegar uma carona no bonde do Obama. Vejo que, de lá para cá, as coisas não evoluíram muito — tanto do ponto de vista dos candidatos quanto dos eleitores. Depois de anos acreditando em textos falsos do Jabor e do Veríssimo, ainda vejo muita gente acreditando em e-mails apócrifos, que as militâncias mercenárias usam para disseminar xingamentos e insultos a políticos adversários.

E vejo gente repassando esses e-mails acreditando que estão prestando um enorme serviço à pátria. Informações falsas, imagens toscamente “photoshopadas”, apresentações no Power Point recheadas de “denúncias”… Chega a ser patético como algumas pessoas desenvolveram essa psicopatia virtual. Querem porque querem acreditar nesses falsos escândalos — como se os reais já não fossem suficientes.

Mas, enfim, nossos candidatos chegaram ao Twitter. Se você optou por segui-los, corre o sério risco de entulhar a sua timeline com lixo eletrônico. José Serra, que foi o primeiro a aderir, continua a escrever as mesmas platitudes em horários vampirescos, sem agregar absolutamente nada. Dilma Rousseff usa o Twitter para passar os recibos de todas as gafes que comete (nisso o Lula parece ter arrumado um sucessor à altura). Ciro Gomes também está lá, mas agora que foi limado da disputa presidencial, vai tuitar sobre o quê? Sua não-candidatura? Marina Silva, que poderia ser o “fator Obama” dessa eleição (ou a “candidata Avatar”, como andaram falando), fica presa ao estilo “release de assessoria”, se limitando a reproduzir links para seu blog. Isso sem falar nos nanicos, que chegam a dar vergonha alheia. Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) aparenta não saber nem mesmo usar e-mail, quanto mais o Twitter (porque está na cara que não é ele postando). Zé Maria de Almeida (PSTU) continua votando “16 contra burguês” (precisa falar mais alguma coisa?). E, por fim, temos o Levy “Aerotrem” Fidelix (PRTB) reciclando a sua auto-caricatura (os posts são dele mesmo — se não tem ninguém nem para servir um café no comitê de campanha, imagine para tuitar…).

Assim, ficou claro que nossos candidatos parecem não ter entendido também essa ferramenta (assim como já não haviam entendido os blogs). O Twitter é exatamente a ausência de assessorias, um canal direto para falar com os seguidores (no caso, eleitores), podendo se estender a debates (no caso, propostas). É comunicação direta, mais impessoal e sem intermediários. Mas, engessados pelos marqueteiros e reféns do “media training”, políticos simplesmente não sabem agir com um mínimo de espontaneidade (porque se assim fosse, não seriam eleitos). Se artistas usam o Twitter para se aproximar de seus fãs, os políticos insistem em usá-lo para distribuir santinhos virtuais, maquiando a falta de propostas e se esquivando das questões realmente relevantes.

Como ainda é o início de tudo, há quem ainda esteja esperando por uma campanha eleitoral “limpa”. A esses, já vou logo adiantando: esqueçam. Será imunda, baixa, sectária e difamatória, como todas as outras. A diferença agora é que, em vez de emporcalhar as ruas, essa campanha vai transformar a sua “home” num banheiro de rodoviária.

Por Diogo Salles

Nenhum comentário

Comente esta matéria