CRIME DO MOTEL: POLÍCIA DESCARTA SUICÍDIO
A polícia tem mais um motivo para suspeitar que a universitária Ionara Félix da Silva, 22 anos, que morreu com um tiro na cabeça em um quarto de motel em Olinda, tenha sido assassinada. O tiro foi efetuado de cima para baixo, na parte superior direita da cabeça. Para ter tirado a própria vida, a estudante teria que ter segurado o revólver calibre 38 de cano semilongo numa posição incômoda e incomum em casos de suicídio. Apenas um tiro foi disparado. De acordo com fontes da polícia, foi verificada uma zona de fuligem no crânio da moça, o que indica que a arma estava encostada à cabeça da jovem quando o tiro foi efetuado.
A morte ocorreu por volta das 3h55 do último sábado. Ionara estava com duas moças e dois primos na mesma suíte. Quando a polícia chegou ao local, manchas de sangue tinham sido enxugadas e o corpo despido posto na mala de um carro. Eles foram detidos. À polícia, disseram que a universitária cometeu suicídio. O corpo da Ionara foi sepultado ontem, às 16h, no Cemitério de Santo Amaro. A família não permitiu a aproximação da imprensa.
Thalita Maryah Sodré Barbosa, 23, e Dinah Cintia de Souza Santos, 25, foram as últimas a serem encaminhadas a unidades prisionais, o que ocorreu no final da tarde de ontem, após perícia traumatológica no IML. As duas moças estão na Colônia Penal Feminina.
Ao DP, uma irmã de Thalita disse que Ionara teria deixado uma carta de despedida para a família. Até a noite de ontem, a suposta correspondência, no entanto, não fazia parte do inquérito policial. Segundo a irmã de Thalita, Ionara tinha histórico de depressão e bipolaridade. De acordo com ela, já teria sido encontrado chumbinho (produto usado como veneno contra ratos) na bolsa da jovem que morreu no motel. "Ainda não conseguimos falar com a família dela sobre a carta", disse a irmã de Thalita.
Depoimentos - Os dois primos de Ionara que estavam no quarto de motel são Jeimison Marcelo da Silva Silvestre, 27, e João Bosco de Lima Costa Júnior, 28, policial militar lotado em Belém de São Francisco. Tanto a arma quanto o carro são deste último. O PM está no Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), enquanto o primo foi levado para o Centro de Observação e Triagem (Cotel). De acordo com o inquérito, quando a polícia chegou, os dois rapazes, Thalita e Dinah contaram que havia apenas quatro pessoas na suíte. Só depois, quando um policial viu marcas de sangue no para-choque do veículo, é que João contou a versão de que a prima teria cometido suicídio.
Em depoimento, o PM disse que encontrou as três moças por volta das 22h, na calourada da Fundação de Ensino Superior de Olinda (Funeso), onde Ionara e Thalita estudavam enfermagem. De lá, os quatro e Jeimison teriam ido para uma festa em Maranguape 1 e, depois, para a praia. Teria sido de Ionara a ideia de ir para um motel, segundo João Bosco, para comemorar o aniversário de Dinah que, de acordo com o inquérito policial, nasceu em 12 de julho de 1984.
Houve consumo de cocaína e bebidas alcoólicas. Há contradições nos depoimentos sobre quem consumiu drogas. Segundo João Bosco, apenas Dinah não consumiu entorpecentes ilícitos. Já Thalita não diz ter usado cocaína, apesar de Jeimison afirmar que ela consumiu a droga. De acordo com os depoimentos, todos estavam na piscina, quando Ionara teria saído da água e subido para o primeiro andar. Pouco depois, eles teriam ouvido o tiro. O corpo teria caído perto da cama. Ionara possivelmente estava em pé quando o disparo foi efetuado.
O PM é bastante citado em todos os depoimentos. Segundo Dinah, logo após a morte de Ionara, João teria dito que resolveria tudo. Ele teria determinado que as moças limpassem tudo enquanto, junto com o primo, colocaria o cadáver no carro. Ela disse ainda que João estava preocupado porque Ionara teria usado a arma dele. Jeimison afirmou que pediu para João ligar para a polícia, mas que o primo teria se negado, justificando que sua arma não tinha registro. Ele disse que Ionara tinha depressão. Informou ainda que ela era lésbica, mas não tinha conhecimento de caso entre a prima e as duas amigas.
Após a morte, as moças tentaram deixar o motel, mas foram impedidas porque não tinham pago a conta. Os quatro foram autuados por ocultação de cadáver. Dinah ainda foi autuada por homicídio e João por porte ilegal de arma. Havia chumbo e nitrito na mão direita de Ionara e chumbo na mão direita de Dinah.
Fonte: DP
Foto: Ricardo Fernandes
A morte ocorreu por volta das 3h55 do último sábado. Ionara estava com duas moças e dois primos na mesma suíte. Quando a polícia chegou ao local, manchas de sangue tinham sido enxugadas e o corpo despido posto na mala de um carro. Eles foram detidos. À polícia, disseram que a universitária cometeu suicídio. O corpo da Ionara foi sepultado ontem, às 16h, no Cemitério de Santo Amaro. A família não permitiu a aproximação da imprensa.
Thalita Maryah Sodré Barbosa, 23, e Dinah Cintia de Souza Santos, 25, foram as últimas a serem encaminhadas a unidades prisionais, o que ocorreu no final da tarde de ontem, após perícia traumatológica no IML. As duas moças estão na Colônia Penal Feminina.
Ao DP, uma irmã de Thalita disse que Ionara teria deixado uma carta de despedida para a família. Até a noite de ontem, a suposta correspondência, no entanto, não fazia parte do inquérito policial. Segundo a irmã de Thalita, Ionara tinha histórico de depressão e bipolaridade. De acordo com ela, já teria sido encontrado chumbinho (produto usado como veneno contra ratos) na bolsa da jovem que morreu no motel. "Ainda não conseguimos falar com a família dela sobre a carta", disse a irmã de Thalita.
Depoimentos - Os dois primos de Ionara que estavam no quarto de motel são Jeimison Marcelo da Silva Silvestre, 27, e João Bosco de Lima Costa Júnior, 28, policial militar lotado em Belém de São Francisco. Tanto a arma quanto o carro são deste último. O PM está no Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), enquanto o primo foi levado para o Centro de Observação e Triagem (Cotel). De acordo com o inquérito, quando a polícia chegou, os dois rapazes, Thalita e Dinah contaram que havia apenas quatro pessoas na suíte. Só depois, quando um policial viu marcas de sangue no para-choque do veículo, é que João contou a versão de que a prima teria cometido suicídio.
Em depoimento, o PM disse que encontrou as três moças por volta das 22h, na calourada da Fundação de Ensino Superior de Olinda (Funeso), onde Ionara e Thalita estudavam enfermagem. De lá, os quatro e Jeimison teriam ido para uma festa em Maranguape 1 e, depois, para a praia. Teria sido de Ionara a ideia de ir para um motel, segundo João Bosco, para comemorar o aniversário de Dinah que, de acordo com o inquérito policial, nasceu em 12 de julho de 1984.
Houve consumo de cocaína e bebidas alcoólicas. Há contradições nos depoimentos sobre quem consumiu drogas. Segundo João Bosco, apenas Dinah não consumiu entorpecentes ilícitos. Já Thalita não diz ter usado cocaína, apesar de Jeimison afirmar que ela consumiu a droga. De acordo com os depoimentos, todos estavam na piscina, quando Ionara teria saído da água e subido para o primeiro andar. Pouco depois, eles teriam ouvido o tiro. O corpo teria caído perto da cama. Ionara possivelmente estava em pé quando o disparo foi efetuado.
O PM é bastante citado em todos os depoimentos. Segundo Dinah, logo após a morte de Ionara, João teria dito que resolveria tudo. Ele teria determinado que as moças limpassem tudo enquanto, junto com o primo, colocaria o cadáver no carro. Ela disse ainda que João estava preocupado porque Ionara teria usado a arma dele. Jeimison afirmou que pediu para João ligar para a polícia, mas que o primo teria se negado, justificando que sua arma não tinha registro. Ele disse que Ionara tinha depressão. Informou ainda que ela era lésbica, mas não tinha conhecimento de caso entre a prima e as duas amigas.
Após a morte, as moças tentaram deixar o motel, mas foram impedidas porque não tinham pago a conta. Os quatro foram autuados por ocultação de cadáver. Dinah ainda foi autuada por homicídio e João por porte ilegal de arma. Havia chumbo e nitrito na mão direita de Ionara e chumbo na mão direita de Dinah.
Fonte: DP
Foto: Ricardo Fernandes
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