
“Mas somente a confrontação dos depoimentos com os laudos dos institutos de Medicina Legal e de Criminalística vão confirmar o que realmente aconteceu naquela noite, se homicídio ou suicídio”, declarou. Os laudos chegariam ao DHPP, ontem, e o inquérito deve ser concluído nesta segunda-feira, prazo máximo para o caso, e encaminhado para a Justiça.
O relato de Thalita revela que ela foi “coagida e pressionada” pelo policial militar e primo da vítima, João Bosco Júnior, 29, a limpar o sangue debaixo do corpo, segundo disse um dos advogados dela, Marco Aurélio Freire. “Eram jovens, e um deles é policial, um rapaz bem mais experiente. Inclusive elas correram assustadas quando viram Ionara caída e só na volta tudo isso (ocultação) aconteceu. Não houve nenhuma vontade em mexer na cena do crime ou conduzir o cadáver. Houve uma proposta, que foi negada por duas vezes, só depois ela foi pressionada a limpar o sangue”, argumentou. O delegado Alfredo Jorge confirma a versão a partir do depoimento das jovens. “Elas disseram que foram ameaçadas na forma como ele falava que teria que fazer aquilo, que teria que tirar o corpo do local e que já estava amanhecendo”, afirmou.
Ionara foi encontrada morta com um tiro na cabeça e despida no porta-malas do carro do PM. Segundo Gleide, todos os quatro confirmaram a versão de suicídio e não houve contradição entre as ouvidas das meninas e os de João Bosco, preso por ocultação de cadáver e porte ilegal de arma no Centro de Reeducação da PM (Creed) e do garçom Jeimison Silvestre, 28, recolhido ao Centro de Triagem de Abreu e Lima, também por ocultação de cadáver.
Caso sejam confirmadas as acusações, eles podem pegar uma pena por ocultação de cadáver, segundo o artigo 211 do Código Penal, de um a três anos, e, no caso do PM, por porte ilegal de arma, seriam mais dois a quatro anos.
Por Carol Albuquerque
Foto: Orkut da vítima