CASO JENNIFER: PABLO CHANTAGEAVA FERDINANDO


A Estação Ferroviária de Rimini, pequena cidade ao Norte da Itália, teria sido o local onde teve início toda a trama que envolve o italiano Ferdinando Tonelli, 44, os pernambucanos Pablo Richardson Tonelli, 22, e sua mãe, Delma Freire de Medeiros, 48, e a alemã Jennifer Marion Nadja Kloker, 22. Amigo há mais de 20 anos do empresário Ferdinando, o também italiano Savino Pasquini, 41, que conversou com a Folha de Pernambuco pela Internet, contou como teriam se conhecido Pablo e Ferdi, como é chamado, em um local frequentado por prostitutas, travestis e traficantes de drogas - encontro que teria transformado por completo a vida do empresário da construção civil. O cunhado de Pasquini era sócio de Ferdinando em uma empresa de escavações e obras rodoviárias e, na infância, possuía estreito relacionamento com o pai adotivo de Pablo.

Segundo o também empresário Savino, Ferdinando foi adotado por um homem chamado Tino Tonelli, patriarca de uma tradicional família da província Coriano, onde Rimini está situada, grupo conhecido por seu empreendedorismo e honestidade. Por vergonha e medo de manchar a imagem daqueles que o acolheram como filho, Ferdinando escondia sua opção sexual. “Ele gostava de homens e, para que o segredo não fosse revelado, passou a fazer todas as vontades do garoto de programa, um jovem de 16 anos com quem teve um caso (Pablo). Uma BMW 735 e mais de 100 mil euros, que o pai de Ferdinando teria colocado em uma conta bancária, foi a primeira perda financeira sofrida pelo empresário por causa das chantagens”.

As revelações do amigo de Ferdinando mostram o quanto o empresário teria sido pressionado. “Não foi ele (quem retirou o dinheiro e vendeu o carro). Ferdinando chorava e tremia continuamente após o golpe. Era uma criatura incapaz de fazer o mal e tornou-se fantoche nas mãos de seus chantagistas. Eu o ajudei a se recuperar dessa situação e, após alguns meses, Pablo fez com que me dissesse que estava bem com ele, que o rapaz seria uma nova pessoa”, contou. Tempos depois, Savino Pasquini encontraria Pablo e Delma, esta última, que para todos era Débora.

O italiano voltou a ter contato com as pessoas que passaram a conviver com Ferdinando e, certo dia, encontrou Jenny, como a alemã Jennifer era chamada, em um lugar chamado Terrasamba Brasileira, quando tomava café da manhã com o filho (fruto da relação com Pablo). “Ela contou que Delma lhe bateu porque estava grávida novamente, mas, ela não aceitava um aborto, que a sogra teria a obrigado a fazer. Chorou e me disse o que aconteceu. Estava apavorada e não tinha coragem de se rebelar”.

De acordo com Pasquini, o empresário chegou a adotar Pablo, por determinação de Delma, para que o filho ganhasse a nacionalidade italiana. As chantagens sofridas por Ferdinando o levaram à falência. “Ferdi havia comprado uma fazenda e, muitas vezes, disse-me que o terreno era de familiares de Pablo, não sei se um ou mais de um tio. Muitos em Coriano se queixam que gastaram dinheiro em documentos com Pablo e não serão reembolsados”, disse. Para Savino Pasquini, se realmente Ferdinando atirou em Jennifer Kloker, agiu por desespero. “Como aconteceu antes, ele se vê incapaz de reagir a esta mulher que vem o chantageando”.

Por Priscilla Aguiar e Sílvia Leitão
Foto: Ana Paula Neiva

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