
A sentença acabou de ser lida a 0h40 pelo juiz Maurício Fossen, do 2° Tribunal do Júri do Fórum de Santana. “Com efeito, as circunstâncias específicas demonstram frieza por parte dos réus, que após passarem um dia relativamente tranquilo teriam, ao final daquele dia, investido de forma covarde contra a mesma, como se não tivesse qualquer relação emocional com a menina”, ressaltou o magistrado na sentença.
Do lado externo do local, muitas pessoas acompanhavam o fim do julgamento, que começou na última segunda-feira, quando a mãe de Isabella foi ouvida. No total, sete testemunhas prestaram depoimento. Na terça, informações técnicas marcaram segundo dia do júri. Foram ouvidas três pessoas. Na quarta, o júri foi reiniciado com o depoimento da perita Rosângela Monteiro, do Instituto de Criminalística. Testemunha comum à defesa e à acusação, ela foi ouvida das 10h25 às 17h, com uma pausa de aproximadamente uma hora para almoço.
Os réus foram interrogados no quinto dia do júri. Ambos negaram envolvimento na morte da menina. Ontem ocorreram os debates entre acusação e defesa. Ao longo dos dias, muitas pessoas foram até o Fórum de Santana para protestar ou para tentar assistir ao júri - muitos que ficaram ao lado de fora, ontem, comemoraram bastante a condenação. A plateia do 2° Tribunal do Júri tem capacidade para 77 pessoas - reservada a jornalistas, assistentes da Promotoria e dos advogados da defesa, além de familiares dos réus e da vítima. O público era autorizado a entrar no plenário pela manhã e à tarde, após a pausa para almoço.
ENTREVISTAS
Ao final da leitura da sentença, já na saída do fórum, o advogado de defesa dos Nardoni, Roberto Podval, afirmou que não iria falar. Segundo sua declaração: “A noite é do promotor Francisco Cembranelli”. A assessoria do Tribunal de Justiça, porém, informou à Imprensa que o defensor já recorreu da sentença.
Em entrevista, Cembranelli, ressaltou que “a pena aplicada foi adequada e compatível com a conduta (do crime) praticada”. “Mesmo com um julgamento longo é difícil ter toda a energia para expor equilíbrio no momento certo que é a parte final. Tinha certeza que o resultado ia ser alcançado e nada me abalou”. A mãe de Isabella, Ana Oliveira, abalada, não compareceu ao fórum.
Os réus saíram em caminhões separados, escoltados pela polícia. Durante o caminho da saída do fórum, uma multidão cercava os veículos gritando palavras de ordem e mostrando cartazes contra Alexandre Nardoni e Anna Jatobá.
Por Cinthia Moratto