INTERNAUTAS ESTÃO CADA VEZ MAIS SEDENTOS POR INFORMAÇÃO


Temos, hoje, acesso a uma enxurrada de informações de todos os tipos. Seja pelos jornais, revistas e livros, pela TV e rádio ou, principalmente, pela internet. Com a web, as distâncias e o tempo na hora de transmitir uma informação foram praticamente zeradas. Temos notícias em tempo real de qualquer órgão, empresa, instituição midiática ou pessoa. Qualquer tipo de notícia. Absolutamente todo tipo de notícia. E no meio desta enorme massa de informações formada por sites, blogs, feeds RSS, redes sociais, Twitter, Youtube, Flickr e mais uma infinidade de outras fontes, onde fica o internauta? Como ele consegue filtrar o que importa ou não para ele?

De acordo com um estudo realizado durante o ano de 2008 pela Universidade de San Diego, na Califórnia (EUA), um norte-americano consume diariamente, em média, 34 GB de informações. Este valor refere-se desde o tradicional jornal a vídeos de internet, passando por livros, televisão, videogames, rádio via satélite, filmes exibidos no cinema, e-mail, entre outros, como se todo tipo de informação consumida fosse transformada em dados e computada.

Nesta mesma ótica da overdose, segundo estimativas do Ambulatório de Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, cerca de 10% dos internautas do mundo podem ser considerados dependentes de informação. Basta pensar em alguém que não consegue passar algumas horas sem conferir e-mail, checar o que está acontecendo no Twitter, abrir seu leitor de RSS e ler seus sites e blogs preferidos.

O blogueiro Yeltsin Lima soma quatro blogs próprios; um Twitter, onde segue mais de mil pessoas, e 400 sites listados no seu leitor de RSS, os quais geram, diariamente, mais de 1 mil páginas com artigos e notícias. “Passo cerca de 14 horas por dia na frente do PC, seja no Twitter, e-mail, blogs ou lendo meus feeds. Como blogueiro de tecnologia, devo ficar atento às notícias publicadas na blogosfera internacional. Meu leitor de RSS (Google Reader) recebe cerca de mil artigos por dia só de tecnologia”, comenta Yeltsin. Mesmo assim, ele sente a necessidade de filtrar a informação que consome: “Dar conta de mais de mil notícias é impossível. Geralmente considero primeiro as notícias mais importantes, aquelas que vêem de sites mais conhecidos, como o Gizmodo”.

Filtrar as informações a serem consumidas parece ser o grande desafio da turma hiper conectada. O professor de novas mídias da Universidade de Nova York, Clay Shirky, encabeça uma das correntes atuais de pensamento sobre a forma de lidar com a overdose de informações. Para ele, o problema não é quantidade de dados que chegam até a pessoa, mas, sim, como esta pessoa encara esta massa e consegue filtrar no meio dela o que é realmente relevante.

Por Tárcio Fonseca

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