
“Gregório Bezerra: Herói do povo brasileiro”. Exagerado ou não, esse foi o tema da homenagem prestada pela Câmara dos Vereadores do Recife, na manhã de ontem, em celebração ao dia que completou 26 anos da morte do militante. A iniciativa foi do presidente da Câmara, Múcio Magalhães (PT), o primeiro a discursar para uma plateia numerosa, composta por militantes de movimentos populares, representantes de sindicatos e de partidos de esquerda, além de familiares do próprio Gregório. O diretor do flime História de um Valente, que vai contar a história do homenageado, Cláudio Barroso, também estava presente à sessão.
Múcio lembrou a história de lutas de Gregório de forma despojada, e confessou que foi um seguidor da bandeira levantada pelo comunista. “Gregório é parte da história política do País, e essa história deve ser usada como instrumento de construção política para nós. Eu mesmo, quando votei pela primeira vez, em 1982, votei no Gregório. Essa foi a primeira e única vez que não votei no PT”, revelou o petista.
Visivelmente emocionado, o filho do homenageado, Jurandir Bezerra, confessou estar “arrepiado” com as palavras referidas ao pai, e falou que é “bom ver o pensamento comunista ser tratado de forma positiva e às claras”. Ao final da solenidade, foi entregue uma placa comemorativa a Jurandir, onde se lia: “Homenagem da Casa José Mariano a Gregório Bezerra, um comunista exemplar”, seguida de uma calorosa salva de palmas.
Gregório Bezerra era Pernambucano, mas morreu em São Paulo, aos 83 anos. Durante a vida, Gregório passou mais de 20 anos preso, motivo de crimes políticos, e ele foi um dos 15 presos da ditatura, pedidos em troca do Embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke, sequestrado em 1969 pelos comunistas.
Fonte: Folha PE