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COMPORTAMENTO

Vez ou outra um candidato a algum concurso ou cargo público se torna alvo de algum tipo de comentário desastroso em relação ao seu estilo de vida. Sabemos que aqueles que se propõem ao desafio da carreira pública passam a adotar uma disciplina específica de quem visa atingir resultados, tais como os de formar seu patrimônio intelectual, estudar com afinco, distribuir bem seu tempo, lidar com a frequente ansiedade e desenvolver um equilíbrio emocional. O fato é que quem vive nesse universo sabe como é a vida destes candidatos que buscam sua ascensão profissional através do próprio empenho.


No entanto, são importunados por uma espécie de crítica com relação ao seu modo de vida. Muitos lhe dizem: “você só estuda?”, “você não trabalha ainda?”, “já passou?”, “faz tempo que você está tentando, não desistiu ainda?”. E isso incomoda! Pessoas comuns costumam criticar aqueles que saem do esquema padrão, tentando fazer parecer que a sua conquista é algo inferior.


Aqueles que desferem os golpes o fazem exatamente para se sentirem melhor com relação ao projeto de suas vidas, que é bem menos ousado. Como forma de lidar com essas críticas e colocações maldosas seguem algumas dicas para que você se posicione e não abra mão de se sentir vitorioso: identifique os comentários que lhe causam mal estar; verifique se têm ressonância com o que você pensa acerca de si mesmo; pior que a crítica vinda de outra pessoa é aquela vinda de você mesmo; de quem geralmente partem? Pessoas próximas ou distantes? Isso faz muita diferença. Costuma-se ficar mais desestimulado quando estão na sua rede de relações mais próxima.


E a clássica questão: como se livrar? A enorme tentação em devolver a crítica é freqüente, causando muitas vezes um ciclo vicioso de ataques e contra críticas - ou seja, não resolve e tende a manter o mal-estar. O ponto em questão é que depende de como você irá encaminhar a situação. Ficar sem ter o que dizer e humilhado por não fazer parte do mundo produtivo, como alguém desempregado que não consegue colocação e pesa no orçamento da família, não traduz a verdade da sua condição.


Então, questione-se internamente, tenha essa conversa com você mesmo e verifique o quanto de si próprio está comprometido na promoção deste mal-estar. Costumo dizer aos candidatos que é preciso mostrar para todos a cultura da vida de um candidato para que a ignorância acabe e para que mostrem quem são, que compartilhem os seus esforços, atitude digna de serem copiados pelos demais.


*Luiza Ricotta é psicóloga e professora universitária. Trabalha com desenvolvimento pessoal e profissional. Autora de livros e da apostila “Vida de Candidato: estudo - performance- carreira” pela FMB. Publicado na Folha de Pernambuco em 30/08/09.

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