Header Ads

test

Uma dor que não tem fim

RIO DE JANEIRO (AE e ABr) - Os corpos das vítimas do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira começaram a chegar ao Instituto Médico Legal (IML), no centro, no início da tarde. O clima era de desespero entre os parentes das crianças após o reconhecimento dos corpos.
A vendedora ambulante Neusa Candelária da Cruz Ferreira, de 63 anos, avó de Karine Chagas de Oliveira, 14 anos, estava inconsolável. A menina era criada por ela como filha e estudava na escola desde pequena. Em tom desesperador, ela disse que “queria a neta de volta, que a menina havia saído de casa e, agora, está dentro de um saco preto”.

Waldir Nascimento, pai de Milena dos Santos Nascimento, de 14 anos, aluna do 6º ano, deixou o prédio chorando, depois de reconhecer o corpo da filha. “Ela adorava a escola, não tinha faltado nenhum dia este ano”, contou Nascimento, que tem mais duas filhas na escola. Elas não sofreram nada. Ele pretende retirá-las do colégio. Sobre a segurança da escola, Nascimento não culpa o estado. “O que ele (o atirador) fez lá podia ter feito na Central do Brasil ou na praia. Não vou culpar o governo”, disse.

Suely Guedes, mãe de Jéssica Guedes Pereira, de 15 anos, já havia reconhecido a filha por foto no Hospital Albert Schweitzer, mas a família só confirmou a morte no IML. “O sonho dela era entrar na Marinha. Ela estava estudando para isso”, contou a mãe, acrescentando que será difícil conviver com a perda. “Olhar para as coisas dela e o quarto vai ser muito difícil”, desabafou.
Nádia Ribeiro, madrinha de Mariana Rocha de Sousa, de 13 anos, ficou sabendo da tragédia pela Imprensa. Ela contou que o irmão de 9 anos da vítima, que estuda no 3º andar da escola, ouviu os tiros no 2º andar, onde ficava a sala da irmã. A professora mandou que a turma inteira se abaixasse.

A família da estudante Ana Carolina Pacheco da Silva também esteve no IML em busca da menina, mas não a reconheceu entre os corpos. A irmã, Ana Paula, disse que a garota estava desaparecida desde a manhã e que iria continuar procurando pelos hospitais da capital carioca.

Nenhum comentário

Comente esta matéria