Postado por Gabriel Diniz
Debate entre os três presidenciáveis foi frio, insosso e superficial
1) Conforme já se disse neste blog, o primeiro debate regional com três dos quatro principais candidatos à presidência da República foi uma iniciativa louvável da TV Jornal.
2) Afinal, foi a primeira vez que aconteceu em Pernambuco: um debate regionalizado com os candidatos a presidente da República para tratar exclusivamente das questões do Nordeste. Daí a importância da iniciativa, que deveria repetir-se nos pleitos seguintes.
3) Entretanto, não deve ter havido efeito eleitoral na campanha de nenhum candidato e por uma série que questões, a saber:
4) A candidata que lidera as pesquisas, Dilma Rousseff, não compareceu, o que tornou o debate desinteressante.
5) Os candidatos conhecem apenas superficialmente os grandes problemas do Nordeste. Perderam tempo excessivo com bolsa-família (que é um programa emergencial e não de natureza estruturante) e SUDENE, que deixou de ser há muito tempo o centro das preocupações dos nordestinos.
6) Sem Dilma presente o debate ficou tão sem graça que o que mereceu destaque na imprensa do sul nesta terça-feira foi a promessa de José Serra de elevar o salário mínimo para R$ 600,00 a partir de janeiro de 2010 (o custo dessa brincadeira é R$ 17 bilhões), dar um reajuste aos aposentados que ganham acima do mínimo de 10% (lá se vão mais R$ 20 milhões) e conceder o 13º salário para os alistados no Bolsa Família (lá se vão mais R$ 2 bilhões).
7) Conta a favor de José Serra o fato de ele não estar abatido nem deprimido pelo resultado das últimas pesquisas, todas favoráveis a Dilma Rousseff. Emocionalmente está equilibrado, o que é uma coisa muito positiva num candidato a presidente da República que está na iminência de ser derrotado.
8) Marina Silva é uma espécie de “mãezona” que gostaria de resolver em quatro anos os problemas de todos os brasileiros que se encontram na zona de pobreza. Mas não conhece absolutamente nada dos problemas do Nordeste, salvo pelo que ouviu dizer dos seus correligionários de partido.
9) Quanto a Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), que não foi levado muito a sério pelos principais órgãos de imprensa, há que se destacar nele a coerência de posições e a ortodoxia socialista. Ele é um socialista utópico que acredita ser possível a igualdade entre todas as pessoas, e prega isso com muita honestidade e firmeza de princípios. Foi muito bom que o PSOL o tivesse lançado.
10) No mais, é aguardar a pesquisa do Datafolha que sairá nesta quinta-feira para ver se o escândalo de Erenice Guerra e companhia limitada provocou algum estrago na candidatura de Dilma.
É isso aí.