PREFEITURA SANCIONA LEI DA REVISTA COM DETECTORES DE METAIS EM ESPAÇOS DE LAZER

A Prefeitura do Recife sancionou, no último dia 22, uma lei que obriga espaços de lazer a dispor de detectores de metais. Cinemas, estádios de futebol, boates e até parques aquáticos terão de revistar os usuários para evitar que alguém entre armado. A lei prevê multa de R$ 1.000 a R$ 50 mil para quem não implantar esse tipo de fiscalização. O município ainda tem dois meses para regulamentar a lei, mas pessoas ligadas às áreas de segurança e de lazer já adiantam que a aplicação da nova regra pode gerar problemas, como longas filas.
“Quando pensamos na questão da violência, normalmente se pensa só nos bolsões de pobreza e não nesses espaços que são bastante frequentados pela população. Se for fazer um histórico, existe crime nos próprios cinemas”, afirmou a vereadora Aline Mariano (PSDB), autora da lei 17.613/2010. A parlamentar ressaltou que uma lei como essa em vigor poderia ter evitado tragédias como a causada pelo estudante de medicina Mateus da Costa Meira, que em 1999 invadiu um cinema em São Paulo e matou três pessoas a tiros.
Caberá à Prefeitura do Recife fiscalizar o cumprimento da regra. Caso não isso não seja feito, a lei pode acabar tendo o mesmo destino de outra, já em vigor no Estado de Pernambuco, de autoria do deputado Maviael Cavalcanti (DEM). A única diferença entre a lei estadual e a municipal é que a última incluiu os cinemas. A vereadora Aline Mariano afirmou que não sabia da lei estadual, mas acredita na validade da regra no município. “Como o município entendeu que lei estadual não funcionava, talvez tenha sancionado a minha proposta para fazer que ela funcione”, disse.
Por conta própria, algumas casas noturnas já adotaram o detector de metais. É o caso do UK Pub, em Boa Viagem, onde o uso do bastão para barrar a entrada de pessoas armadas já é rotina. Na casa Dona Carolina, do mesmo dono e no mesmo bairro, a utilização dos aparelhos também está sendo implantada. “Acho interessante o detector, uma segurança a mais, mesmo que retarde o fluxo de entrada”, afirmou a gerente da casa, Mônica Sampaio. Eficaz para evitar vários tipos de ocorrência, o aparelho é inútil quando os criminosos resolvem invadir o estabelecimento à força. Na própria Dona Carolina, em maio de 2009, assaltantes renderam os seguranças e fizeram cerca de 40 pessoas reféns.
Funcionários de casas noturnas reclamam que o uso dos detectores também não elimina um risco muito frequente: a presença de policiais armados. “São pessoas que circulam alcoolizadas, com uma arma na cintura, dentro das casas. Isso é um risco para todo mundo. Deveria haver uma lei que proibisse a presença de qualquer pessoa armada dentro dos recintos”, afirmou um empregado de uma boate, que pediu para ter o nome mantido em sigilo por conta do grande número de policiais frequentadores de seu local de trabalho.
Fonte: JC
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