O QUE É SER ARTISTA?

Seria submeter-se a regras, normas e convenções sociais sem questionamentos ou criticas?

Seria limitar-se a idéia de espaço físico, às bordas que delimitam o papel ou limitam a visão do senso comum nas fronteiras do espaço pictórico?

Seria limitar-se a obsessiva problematização destes espaços?

Seria aceitar um retrato de sociedade neste atual modelo de Estado de Direito que, diferente daqueles conceitos defendidos por Locke, Rousseau e Montesquieu, além de confuso é duvidoso, limitando ainda a visão de todos aqueles que se conformam com este atual sistema de verdades o qual, queiram ou não, é escravista, porém muito bem dissimulado?

Não!

É subverter a ordem, é controverter as regras. É contrariar as convenções. É jogar no lixo todas as verdades para depois tritura-las e recicla-las como se faz com o lixo. É rever a noção de tempo cronológico. É recriar a noção de tempo psicológico. É submeter-se ao mito e saber livra-se dele. É desconfiar das discutíveis facilidades da vida moderna cuja sensação de liberdade tornou-se o paradoxo anestésico que mantém os grilhões, os quais podem até ser de ouro, mas têm a antiga finalidade de conservar o cativeiro.

É mergulhar na ingenuidade, mas subir para respirar.

Mas nunca deverá ser algum tipo de comportamento bestial que procura justificativa ou impunidade no refugio do ambiente artístico.

Por Manoel Brandão Nobilli