TelexFree não é Marketing Multinível
O Marketing Multinível (MMN ou MLM) é uma boa idéia com muitas execuções ruins. Fundamentalmente, a idéia é ter uma receita recorrente gerada por uma rede de fidelidade de consumo em médio e longo prazo. Algumas pessoas podem se destacar devido ao talento e dedicação e, eventualmente, enriquecer do negócio. A remuneração vem de alguma matemática que envolve comissão na margem do produto, economia na distribuição de produtos em redes bem definidas e marketing gratuito feito pelas pessoas da rede.
O problema é a mania ocidental de transformar tudo em “fast food” e, na intenção de se criar atalhos, surgem negócios MMN com produtos de margens absurdas, como a MonaVie e seu suco de R$ 70,00. Essa é a única maneira de remunerar a rede com altos valores e rapidamente, só que cria uma dissonância entre o valor do produto e o valor percebido por quem consome. Algumas pessoas não são bobas, percebem que precisarão comprar produtos superfaturados e a razão disso.
O problema NÃO é a margem alta, mas o valor percebido ser muito menor que o valor praticado. Uma empresa que tem um modelo interessante de MMN é a Polishop, pois compra produtos selecionados e baratos em quantidade na China para distribuir no Brasil com boa margem e valor alinhado à expectativa do consumidor. Além do valor agregado com atendimento, lojas, canal de TV e etc. Só que não existe promessa de enriquecimento fácil, porque construir uma rede de consumo NÃO é um trabalho fácil.
O modelo da TelexFree definitivamente NÃO é o Marketing Multinível. A TelexFree é um caso clássico de Esquema Ponzi, onde a remuneração da rede DEPENDE da afiliação de novos integrantes. Mesmo os MMN distorcidos, onde os produtos são muito caros, a remuneração da rede vem do consumo e não depende de novas afiliações.
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