Tweetando do ‘além’
Por Danilo Barba
Para alguns sujeitos, alimentar perfis em
todas as mídias sociais possíveis ainda não é exposição suficiente.
Apesar de não saberem o que vão encontrar quando “esfriarem o céu da
boca”, uma certeza eles terão em breve: suas redes sociais estarão em
dia com o seu estilo e atitude mesmo quando estiverem sete palmos abaixo
da terra.
Um novo serviço para Twitter irá
permitir que usuários continuem publicando suas mensagens de 140
caracteres mesmo após a morte. Bizarro ou genial?
O
LivesOn analisa os feeds de Twitter dos usuários através de algorítimos
de inteligência artificial para aprender seus “gostos, preferências e
sintaxes”. Ele então usa essas informações para continuar postando
mensagens similares, updates e links, embora o dono da conta tenha
“esticado o pernil”.
Em fase experimental
desde 2011, o serviço deverá ser lançado em março, e promete: “Quando
seu coração parar de bater, você permanecerá tweetando”.
A
agência de publicidade britânica que vem desenvolvendo o aplicativo,
Lean Mean Fighting Machine, garantiu ao jornal The Guardian que já
estava preparada para as reações negativas em relação ao serviço. “Ele
divide opiniões em nível visceral, mesmo antes de se alcançar argumentos
éticos e filosóficos”, comentou Dave Bedwood, parceiro de criação da
empresa, ao jornal The Guardian.
“O LivesOn
ofende alguns e agrada a outros. Imagine se as pessoas começassem a ver o
sistema como uma forma estreita, porém legítima de continuar vivendo?”,
sugere Bedwood. “A criogenia custa uma fortuna; já o nosso serviço é
gratuito e aposto que funciona melhor do que uma cabeça congelada”.
Vasculhando a internet em busca dos links e
publicações que os usuários estavam habituados a visitar, o LivesOn
imitará até a maneira como os usuários mortos se comunicavam para criar
uma vida póstuma digital via Twitter. Um dos primeiros post do LivesOn
no Twitter dizia: “Deus não existe, mas os servidores sim. Inscreva-se
na verdadeira vida póstuma”.
Por mais bizarro
que possa parecer, o LivesOn é apenas mais um serviço que oferece a
possibilidade de prosseguir com sua vida social online após a morte.
O DeadSocial, lançado em abril de 2012, e o If I Die
(ou “Se eu morrer”, em português), que surgiu três meses antes,
permitem que os usuários enviem mensagens predeterminadas para qualquer
pessoa selecionada no Facebook, Twitter ou LinkedIn. No entanto, elas
serão entregues somente depois que o usuário não estiver realmente entre
nós
Você pode programar o DeadSocial para
postar updates em suas redes sociais durante muito tempo depois de sua
morte. Já o If I Die posta um único vídeo ou mensagem de texto no mural
do Facebook de qualquer indivíduo após o falecimento ser confirmado por
pelo menos três amigos.
Mas o LivesOn é o primeiro serviço a proporcionar postagens automáticas contínuas seguindo o estilo do usuário.
E você, também quer continuar “vivendo” online depois que bater as caçuletas?
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