IC e IML não confirmam morte de jovem no Recife por uso de Jack3D
O jovem Wilson Sampaio Junior, conhecido como "Wilsinho" começava a vida como jogador de futebol quando, no ano passado, faleceu. Os pais do garoto culpam um estagiário de uma academia em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, como culpado da morte por influenciá-lo a tomar dosagens acima do recomendado de Jack3D, um estimulante que aumenta o rendimento atlético.
Desde a morte do jovem, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investigava a causa do falecimento e o possível envolvimento do instrutor da academia, José Dorgival Cavalcanti. No entanto, nem o Instituto de Criminalística (IC) nem o Instituto de Medicina Legal (IML) conseguiram comprovar a influência da substância na morte de Wilsinho.
O problema, segundo o chefe de laboratório do IC, Gilberto Pacheco, é que quando a dimethylamylamine (DMAA), que está na composição do Jack3D, entra no corpo, se transforma em outro composto químico ainda indecifrado para os laboratórios. "Nós temos o aparato técnico, mas não temos metodologia para detectar no que a substância se transforma dentro do corpo", explicou. Amostras de sangue do garoto foram guardadas para serem analisadas se o composto for descoberto.
Com a impossibilidade de comprovar a culpa, José Dorgival Cavalcanti continua liberado e foi indiciado pelo crime de relação de consumo e saúde publica. Se condenado, pode ter pena de 3 a 8 anos de prisão. A família de Wilson diz que ele continua trabalhando como instrutor em aulas da academia.
José Dorgival poderia ser indiciado também por tráfico de entorpecentes se a morte do garoto tivesse acontecido depois de 10 de julho deste ano. É que o Jack3D, fabricado por uma empresa desconhecida, e quaisquer outros produtos compostos por DMAA foram incluídos na lista de substâncias proscritas no Brasil.
A família de Wilson, que desde a morte do garoto luta pela proibição da substância, pediram, nesta quinta-feira (25), para que o Estado inicie pesquisas na área para descobrir os danos que o produto pode causar. Os parentes advertiram que muitas outras pessoas podem perder a vida da mesma forma e lamentou que o instrutor não tenha sido indiciado por homicídio culposo. A causa da morte do garoto permanece ignorada.
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