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Entorno do zoológico de Dois Irmãos, enfim, é fiscalizado

 / Foto: Clemilson Campos/JC Imagem 
Um dia depois da explosão de um cilindro de ar que deixou quatro pessoas gravemente feridas, fiscais da Diretoria de Controle Urbano (Dircon) foram à Praça Farias Neves, que dá acesso ao zoológico do Recife, e não encontrou vendedores utilizando o equipamento para encher balões.

Ademir Joaquim de Souza, que há 15 anos comercializa o produto, prefere compressor. “Os balões não ficam flutuando, mas pelo menos a gente não corre risco”, justifica.

Os fiscais verificaram ainda se os comerciantes do lugar tinham licença na prefeitura. “Todos têm autorização”, atestou Eduardo Mota. Ele integrou o grupo de 12 pessoas da Dircon que ser revezaram no local em equipes de três a cada turno, neste sábado (13). Na sexta-feira, no entanto, quando o cilindro explodiu, não havia fiscalização.

Além da Dircon, os comerciantes receberam orientação da Polícia Militar. “Os policias mandaram eu afastar o botijão do fogo, para evitar incêndio. Como a mangueira é longa, foi fácil fazer a operação”, descreve a vendedora de comidas e bebidas Magana dos Santos. A barraca dela fica a poucos metros do local do acidente, do lado direito da entrada do Parque Dois Irmãos, onde funciona o zoo. “Monto pontos de venda em todas as festas de rua da Zona Norte. Sempre pago a taxa na prefeitura, para evitar constrangimentos”, diz a comerciante.

Prima de um dos rapazes que perdeu as pernas, outra comerciante disse ter visto a dupla dando marretadas no cilindro. “Eles me pediram um martelo. Depois acabam arranjando uma marreta. A gente avisou sobre o perigo, mas eles não nos ouviram”, disse a mulher, que pediu para não ser identificada.

Segundo ela, os dois misturaram soda cáustica, bicarbonato de sódio e alumínio dentro do cilindro. Depois, agitaram o equipamento para misturar os ingredientes. “Mas, na hora de usar, o ar não saia. Tava entupido. Foi quando eles tiveram a ideia de dar as batidas para ver se funcionava”, relata.

Mesmo com a repercussão das imagens chocantes do desastre, que resultou ainda em pelo menos duas pessoas queimadas, além dos dois mutilados nas pernas, muitas pessoas foram ontem ao zoológico. “Foi um acidente horrível, mas vim passar o feriadão no Recife e essa era uma oportunidade única de visitar o zoo. Moro em Brejão (Agreste) e trouxe meu filho de três anos, que adora animais e ainda não conhece o parque”, relatou Fabiana Ramos Araújo Dantas.

O uso de compressores e botijões, no entanto, não são o único risco do lugar. Por toda parte há gambiarras, muitas delas com fios desencapados. “Macaco na fiação é com a Celpe, fiação exposta é com os bombeiros e higiene dos alimentos é com a vigilância sanitária. A gente só cuida da ocupação do solo”, esclarece Eduardo Mota.

Do JC
Foto: Clemilson Campos

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