Inquérito sobre morte do bispo deve ser concluído até quarta-feira
Por Raphael Guerra
A polícia tem até a próxima quarta-feira para concluir o inquérito que investiga a morte do bispo anglicano, dom Edward Robinson Cavalcanti, 67 anos, assassinado juntamente com sua esposa, a professora aposentada Mirian Cavalcanti, 64, na noite do último domingo (26). O principal suspeito, o filho do casal Eduardo Olímpio Cavalcanti, 29, ainda não prestou depoimento. Ele continua internado no Hospital da Restauração (HR), no Derby, e, de acordo com os médicos, não tem condições de contribuir com a polícia por estar com oscilações do nível de consciência. Até o momento, seis pessoas foram ouvidas entre amigos e vizinhos. Nenhum familiar foi interrogado.
O gestor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Joselito Kehrle do Amaral, se pronunciou na manhã de hoje sobre o caso. De acordo com ele, o crime foi premeditado, resultado da sensação de abandono vivenciado pelo jovem durante 13 anos, período em que esteve nos Estados Unidos. "Eduardo foi deixado na porta da casa do bispo quando ainda era recém-nascido. Descobriu que não era filho biológico do casal durante uma briga que teve na rua aos 12 anos. Depois que soube da notícia, ele foi para casa e questionou a mãe sobre o fato, ela confirmou e mesmo dizendo que o amava, apanhou do menino", contou o delegado.
Segundo Joselito Kerhrle, assim os problemas começaram. "Até os 16 anos, as agressões físicas e verbais contra os pais viraram rotina. Ele se revoltou por ter sido adotado e descontava tudo nos pais. Na mesma época, ele começou a se envolver com drogas. Os pais não aguentaram mais e o enviaram para os Estados Unidos", complementou o gestor. Todos as informações foram repassadas nos depoimentos colhidos pela polícia que ainda aguarda o laudo toxicológico de Eduardo e a perícia em um pó branco encontrado na casa. "Houve quem dissesse que era cocaína, mas o resultado da perícia ainda não ficou pronto e é muito precipitado falar qualquer coisa agora", concluiu.
SUSPEITO - O estado de saúde de Eduardo Olímpio permanece grave com oscilações de consciência. Hoje, ele está inconsciente, mas já respira sem ajuda de aparelhos. O dreno inserido em seu tórax deverá ser retirado hoje. De acordo com os médicos da unidade de saúde, por mais que o delegado vá até o hospital, não será possível colher o depoimento do suspeito hoje.
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