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Com medo, comerciantes desistem de instalar caixas eletrônicos no Recife e RMR

Do PE360º

Reprodução TV Globo

Os constantes roubos a caixas eletrônicos, com explosões e arrombamentos, têm complicado a vida de muita gente na Região Metropolitana do Recife. Com medo dos ladrões, alguns comerciantes não querem mais instalar os equipamentos. E aí os moradores precisam se dirigir a outras cidades para fazer pagamentos ou sacar dinheiro.

Quem manteve decidiu investir em segurança para evitar a ação dos bandidos. Como o exemplo de uma rede de supermercados que tem 20 lojas na RMR, todas com caixa eletrônico. No local, nunca houve nem explosão nem arrombamento. O equipamento fica numa área isolada, com porta de vidro e cortina de aço.

"O que nós temos feito é tomar algumas precauções. Nas nossas lojas temos um quiosque à parte com segurança, com porta de vidro, porta de metal. O que nós entendemos é que é um serviço a mais que prestamos ao nosso público", explicou o gerente da rede, Joselito Silva.

Mas, em outros pontos que não puderam investir em equipamentos de segurança, o jeito foi encontrar soluções alternativas para afastar os criminosos. Num posto na estrada de Aldeia, onde também funciona um mercadinho e uma padaria, o aviso do lado de fora deixa bem claro: por motivo de segurança, os caixas eletrônicos não estão realizando saques nesse posto.

O pior é que, no local, não há nenhum outro funcionando. "Não tem, porque não tem mesmo em lugar nenhum aqui de Aldeia. Acho que só em Camaragibe e mesmo assim está muito arriscado", diz a comerciante Josefa Gomes.

A terapeuta Leda Santiago reforça o problema. "É super difícil para quem mora em Aldeia ter que pagar contas, tirar dinheiro. Tem que descer até Camaragibe onde não tem estacionamento e precisa enfrentar filas e voltar para fazer compras e pagar as contas."

Os caixas até estão instalados, mas são apenas decorativos. Eles estão desativados há cinco meses, depois de uma tentativa de assalto. Os clientes reclamam, o dono quer reativar o serviço, mas tem medo de amargar um prejuízo.

No último dia 12 de março, ladrões explodiram caixas eletrônicos instalados numa farmácia, no conjunto Marcos Freire, na Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes. Algumas cédulas rasgadas ficaram junto ao equipamento.

Perto do terminal de ônibus, a quase um quilômetro de distância, existe outro caixa eletrônico, mas está parado há três meses. Genilson, o dono da farmácia, não quer mais correr riscos.

Na quarta-feira (30), os bandidos usaram carga de explosivos para destruir três caixas num mercadinho em Caetés, Abreu e Lima. A explosão atingiu o teto, a parede e os computadores da loja. Foi a segunda vez só no local. Testemunhas disseram que os acusados utilizavam máscaras de Carnaval.

Sem opções, o ajudante de pedreiro Erivaldo José ficou frustrado porque não conseguiu tirar dinheiro. "Isso não pode ficar assim, porque não só eu, como pai de família, mas todos que precisam sacar dinheiro estão sendo prejudicado por vândalos. Alguém tem que tomar uma atitude. Isso não pode ficar assim", lamenta.

De acordo com a polícia, apenas este ano, foram 16 casos de roubo a caixas eletrônicos. A polícia acredita ainda que as quadrilhas atuam em vários estados. A investigação vem sendo feita de forma integrada, pois esse tipo de crime é considerado um problema nacional.

"Infelizmente o que está bem claro é que não adianta só as policias trabalharem — a Polícia Civil, Militar e de outros estados — se não houver uma melhoria de segurança nas próprias agências bancárias. Que ao se colocar um caixa eletrônico em determinado estabelecimento se pense também na segurança adequada desse equipamento, sem falar na disponibilidade exagerada de explosivo na mão de criminoso", explica o gestor do Depatri, Antônio Barros, responsável pelas investigações.

Ele explica que, sem essas medidas, os problemas vão seguir. "Sem isso, dificilmente vai ter uma diminuição. Então é importante que a polícia, que fique bem claro, está trabalhando de forma incessante, fazendo prisões, investigando, mas tem que haver ajuda de outros setores e um deles é do próprio banco, além de um controle mais rigoroso em cima de explosivos", finaliza Antônio Barros.

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