Um ano sem Alcides Lins
Do DP
Se estivesse vivo, Alcides do Nascimento Lins, teria motivos para comemorar seus 22 anos. As três irmãs, Ana Paula, Andrezza e Andrea, estão na universidade. A primeira estuda farmácia. As outras duas, publicidade e administração, respectivamente. A família, com a ajuda do governo do estado, mudou-se para um conjunto residencial mais seguro. Os amigos, assim como ele, fazem bons estágios e se preparam para concluir o curso de biomedicina. A pesquisa desenvolvida para diagnosticar a anemia hemolítica, uma das mais graves, avança. Há um ano, o futuro de Alcides foi interrompido. Mas, todos os sonhos que ele construía não chegaram ao fim.
A rotina de Maria Luiza, mãe do universitário, pouco mudou. Mesmo depois de sair do Programa de Proteção à Testemunha, ela continua em atendimento psicológico com o objetivo de superar a perda. Busca força na igreja, onde costuma fazer orações pedindo não para esquecer, mas se conformar com a perda. Passa o dia tentando se ocupar com as lembranças do filho.Não quer deixá-las morrer.
Maria também é convidada a dar palestras em escolas públicas e privadas do Grande Recife e no interior. Comparece a todas. ´Dou exemplo a muitos alunos de que a gente só consegue as coisas com sacrifício. Se os meninos não prestam atenção às aulas, não vão aprender. Não terão nada na vida. Cada degrau que alguém sobre é uma pedra tirada do caminho, meu filho dizia isso. Basta se dedicar`, diz. Quando não está nos colégios, marca presença na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Lá, na biblioteca central, será inaugurado um espaço com as lembranças de Alcides.
Se Alcides estivesse vivo, teria concluído o curso de biomedicina em dezembro passado. Neste ano, é a vez de Guilherme Gomes, 24, e Clara Almeida, 20, dois de seus melhores amigos, receberem o diploma. ´Logo depois que ele morreu, meu rendimento nos estudos caiu. Um ano depois, superei e estou me esforçando ainda mais. Ele sempre exigia isso de mim. Aprendi a dar mais valor`, relata Clara.
Pesquisa
Se o estudo científico iniciado por Alcides, no Hemope, fosse concluído hoje, cerca de 80 doadores de sangue seriam beneficiados. Isso porque, até janeiro, das 670 amostras foram colhidas de pacientes, em 12% ficou comprovada a presença da deficiência de Glucose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), que se desenvolve a partir do uso de determinados alimentos e medicamentos. A pesquisa está em fase de conclusão. O universitário Fernando Baltar, que assumiu os estudos relacionados à anemia hemolítica, deve apresentar até junho os resultados dos testes criados para detectar a doença.
Segundo o estudante, a doença, considerada grave, não apresenta sintomas. ´Ela se desenvolve quando as pessoas fazem uso de certos antibióticos, por exemplo. Os glóbulos vermelhos são destruídos e é preciso fazer transfusão de sangue`, explica. Baltar, com o auxílio do professor e diretor do Hemope, Aderson Araújo, analisa a eficácia dos testes desenvolvidos. Em alguns casos positivos quanto à doença, houve discrepância com o teste bioquímico utilizado atualmente. ´Depois que todos os casos de porte da anemia forem confirmados, vamos entrar em contato com os doadores e passar informações sobre a prevenção`.
Missa
Em homenagem ao estudante, duas celebrações religiosas estão programadas. Amanhã, a partir das 19h, monsenhor Romeu da Fonte celebra missa na igreja Nossa Senhora do Rosário, na Torre. No domingo, às 9h, a homenagem será na capela de São Francisco, na Vila Santa Luzia, Torre, onde Alcides morava.
A rotina de Maria Luiza, mãe do universitário, pouco mudou. Mesmo depois de sair do Programa de Proteção à Testemunha, ela continua em atendimento psicológico com o objetivo de superar a perda. Busca força na igreja, onde costuma fazer orações pedindo não para esquecer, mas se conformar com a perda. Passa o dia tentando se ocupar com as lembranças do filho.Não quer deixá-las morrer.
Maria também é convidada a dar palestras em escolas públicas e privadas do Grande Recife e no interior. Comparece a todas. ´Dou exemplo a muitos alunos de que a gente só consegue as coisas com sacrifício. Se os meninos não prestam atenção às aulas, não vão aprender. Não terão nada na vida. Cada degrau que alguém sobre é uma pedra tirada do caminho, meu filho dizia isso. Basta se dedicar`, diz. Quando não está nos colégios, marca presença na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Lá, na biblioteca central, será inaugurado um espaço com as lembranças de Alcides.
Se Alcides estivesse vivo, teria concluído o curso de biomedicina em dezembro passado. Neste ano, é a vez de Guilherme Gomes, 24, e Clara Almeida, 20, dois de seus melhores amigos, receberem o diploma. ´Logo depois que ele morreu, meu rendimento nos estudos caiu. Um ano depois, superei e estou me esforçando ainda mais. Ele sempre exigia isso de mim. Aprendi a dar mais valor`, relata Clara.
Pesquisa
Se o estudo científico iniciado por Alcides, no Hemope, fosse concluído hoje, cerca de 80 doadores de sangue seriam beneficiados. Isso porque, até janeiro, das 670 amostras foram colhidas de pacientes, em 12% ficou comprovada a presença da deficiência de Glucose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), que se desenvolve a partir do uso de determinados alimentos e medicamentos. A pesquisa está em fase de conclusão. O universitário Fernando Baltar, que assumiu os estudos relacionados à anemia hemolítica, deve apresentar até junho os resultados dos testes criados para detectar a doença.
Segundo o estudante, a doença, considerada grave, não apresenta sintomas. ´Ela se desenvolve quando as pessoas fazem uso de certos antibióticos, por exemplo. Os glóbulos vermelhos são destruídos e é preciso fazer transfusão de sangue`, explica. Baltar, com o auxílio do professor e diretor do Hemope, Aderson Araújo, analisa a eficácia dos testes desenvolvidos. Em alguns casos positivos quanto à doença, houve discrepância com o teste bioquímico utilizado atualmente. ´Depois que todos os casos de porte da anemia forem confirmados, vamos entrar em contato com os doadores e passar informações sobre a prevenção`.
Missa
Em homenagem ao estudante, duas celebrações religiosas estão programadas. Amanhã, a partir das 19h, monsenhor Romeu da Fonte celebra missa na igreja Nossa Senhora do Rosário, na Torre. No domingo, às 9h, a homenagem será na capela de São Francisco, na Vila Santa Luzia, Torre, onde Alcides morava.
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