Silicone no seio pode causar câncer

SÃO PAULO (Folhapress) - Mulheres que usam próteses de silicone podem ter um risco maior de desenvolver um tipo raro e grave de câncer, segundo a FDA - agência reguladora de remédios e alimentos nos Estados Unidos. A agência afirmou ontem que está investigando a ligação entre implantes de silicone e de solução salina e a ocorrência do linfoma de células grandes anaplástico, que ataca o sistema imunológico.

“Dados revisados pela FDA sugerem que pacientes com implantes nos seios têm um risco muito pequeno, mas significativo, de desenvolver o linfoma na cicatriz em volta da prótese’’, afirmou a agência norte-americana. A FDA diz que contabilizou cerca de 60 casos de linfoma em mulheres com implantes mamários no mundo todo, mas que esse número é difícil de ser confirmado. Cerca de cinco milhões a dez milhões de mulheres no mundo usam silicone nos seios, segundo informações da agência.

De acordo com a responsável pelo grupo de linfoma do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), Maria Cristina de Almeida Macedo, a inflamação crônica causada pela presença da cápsula de silicone pode ser responsável pelo aparecimento do tumor mamário. “O sistema imunológico fica sendo estimulado de forma crônica, o que leva à formação de células anormais”, explicou Maria Cristina.

A primeira associação das próteses a esse tipo de linfoma data de 1995, esclarece a médica, mas ainda não se sabe até que ponto os dois estão ligados. Maria Cristina afirma que entre os possíveis sintomas da doença estão inchaço e acúmulo de líquido na região. O diagnóstico é feito por biópsia e o tratamento é a químio ou a radioterapia.