MP denuncia delegado que agrediu cadeirante no interior de SP

Da Globo.com

Cadeirante

O Ministério Público em São José dos Campos, a 97 km da capital paulista, ofereceu na quinta-feira (27) denúncia contra o delegado Damasio Marino pelos crimes de injúria, ameaça e lesão corporal dolosa. Ele é suspeito de agredir o cadeirante Anatole Magalhães Macedo Morandini, no dia 17. A briga começou por causa de uma vaga exclusiva para deficientes. A defesa do delegado disse que só irá se pronunciar após ter acesso à denúncia.

O promotor ofereceu a denúncia ao juiz da 4ª Vara Criminal do município. Os crimes atribuídos pela Promotoria ao delegado, que está afastado do cargo, são agravados por abuso de autoridade e violação de dever.

Morandini, que é advogado, disse ter sido agredido após ter ido conversar com o delegado Marino, do 6º Distrito Policial de São José, que estacionou em uma vaga especial, perto de um cartório da cidade.

As versões do delegado e do cadeirante, porém, diferem em relação à agressão que se seguiu. O cadeirante disse que foi insultado, recebeu uma coronhada na cabeça e teve o rosto atingido pela ponta da arma do delegado. O delegado nega ter sacado a pistola. “Ele deu dois tapas no rosto dele. Apenas reagiu a uma cusparada”, afirmou o advogado de defesa de Damásio Marino, Luiz Antonio Lourenço da Silva. Questionado sobre o fato de o policial ter estacionado em uma vaga exclusiva, o defensor afirmou que a noiva de Marino, grávida de 4 meses, não se sentia bem.

O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que o deficiente teve ferimentos na cabeça, olhos e lábio superior, causados por um “objeto contundente”. Com base no laudo, nas provas e testemunhas, o "objeto contundente" pode ser entendido como a arma do policial. A defesa do delegado afirmou que o termo “objeto contundente” é vago e que não há como afirmar que seja uma arma.


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