Marina Silva avança e eleição pode ir para o segundo turno
Por Pierre Lucena
No Blog Acerto de Contas
Postagem: Gabriel Diniz
Os últimos dias têm sido decisivos para a eleição presidencial. Apesar de dificilmente algo mudar o cenário totalmente favorável para Dilma Rousseff, o crescimento de Marina Silva deve levar a eleição para o segundo turno.
Pesquisa Datafolha que sai amanhã, segundo meu amigo Renato Rovai, da Revista Fórum, vem com Dilma com 46%, Serra com 28% e Marina Silva com 14%. Cenário não tão distante do observado acima, do Tracking do Vox Populi/IG/Band, pois estaria na margem de erro.
Essa pesquisa em tracking inclusive foi a grande novidade da cobertura das eleições deste ano. Para quem não sabe, o tracking é uma pesquisa mais dinâmica, onde a amostra (no caso 2000 eleitores) é dividida em 4, e no quinto dia substitui-se os questionários do primeiro. Mostra uma relação de tendência muito mais correta do que uma pesquisa normal.
IG – Tracking com votos válidos
Alguns fatos chamam a atenção:
- Dilma vem caindo. Nos últimos dias a sua curva se deteriorou rapidamente. Ainda não se sabe até onde cairá, mas já assusta
- Serra não sai do lugar de onde parou, seja a pesquisa qual for
- Marina vem subindo bastante, se levarmos em conta que praticamente dobrou seus índices de intenção de voto. Seu crescimente vem se dando de maneira contínua, nas duas últimas semanas, retirando votos de Dilma, e de alguns indecisos. Saiu de 8% dos votos válidos e está com 15%. A deterioração da curva de Dilma é a sua subida.
- Ainda temos 10% de indecisos
Estes fatores levam a crer que a eleição pode ir para o segundo turno, principalmente o avanço de Marina Silva. Mas por enquanto nada está definido. O debate da Rede Globo pode ser fundamental para a conquista dos indecisos, que neste momento tendem a ir para Marina, pois está em crescimento.
No caso da candidata do PV, o seu problema é que, por mais que cresça, não conseguirá avançar tanto a ponto de ir para o segundo turno. Para uma candidata que tem 50 segundos de TV, e praticamente ZERO estrutura partidária e palanques nos Estados, conseguir entre 15% e 20% dos votos é um feito extraordinário. Mas é praticamente impossível passar José Serra, que terá um resultado medíocre para o tamanho de sua estrutura e sua história, e neste momento depende única e exclusivamente dos outros para respirar. Sem sair do canto, precisa que Marina tire votos de Dilma, o que aparentemente está acontecendo.
Além disso, a nanicada toda deve beliscar uns 2% dos votos, especialmente porque Plinio de Arruda Sampaio terá alguma coisa.
O que isto muda?
Absolutamente nada, porque Serra é um candidato para perder. Com discurso velho e ar ranzinza, é o candidato ideal para Dilma Rousseff, que teria muito mais dificuldades se enfrentasse um candidato com ares de novidade, como Marina e Aecio Neves, que foi rifado por seu partido.
O segundo turno não é uma eleição, como muitos pensam. No caso de Dilma e Serra, será apenas a continuação do primeiro turno, já que ambos tiveram palanque e tempo de televisão. Seria outra eleição caso fosse Marina, porque esta sairia de uma estrutura ridícula para algo razoável. Se ela fosse para o segundo turno, a história realmente poderia ser outra.
E aqueles tucanos mais otimistas, que acham que Marina irá apoiar Serra, podem deixar de lado a animação. A chance disso acontecer é próxima de zero. Só não digo que é inexistente porque isso não existe em política. Mas a candidata verde sabe o seu potencial, e o papel que vai exercer daqui para a frente, e não vai melar sua biografia com essa eleição. E quem decide é ela, e não seu partido, que não possui 10% da dimensão política da candidata.
O caminho natural para ela seria o apoio a Dilma, até porque, pelas mesmas pesquisas, de cada 4 eleitores de Marina que já decidiram em quem votar no segundo turno, 3 estão com Dilma.
E ela sabe que pode sair dessa eleição muito maior do que entrou.
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