Dormir de bruços é um perigo
Muitos pais não sabem disso, mas colocar o bebê para dormir de barriguinha para cima é uma das medidas mais importantes para se evitar um fator de risco para a Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL). A síndrome é uma das principais causas de morte de crianças até um ano de idade em países desenvolvidos, durante o sono. Não existe uma causa específica para a SMSL, mas alguns fatores são sabidamente de risco, como o consumo de cigarro, álcool e drogas em geral, a idade da mãe ser inferior a 20 anos, nascimento prematuro e falta de vitaminas durante a gravidez. “Além disso, dormir de barriga para baixo aumenta as chances de acontecer uma morte súbita durante o sono”, explicou a fisioterapeuta Juliana Teixeira. A incidência da síndrome é maior do segundo ao quinto mês de vida.
A especialista conta que uma das explicações mais aceitas é que o mal seria causado pela redução do oxigênio e aumento do gás carbônico no organismo. “Quando o recém-nascido está de bruços, ele entra em um sono mais profundo, e não consegue se mexer caso essa baixa aconteça”, comenta a fisioterapeuta Antonieta Cláudia Fonseca. Também se cogita a possibilidade de que a posição de bruços possa deslocar a mandíbula, o que levaria à obstrução nasal. As fisioterapeutas alertam ainda que, embora muitos pais optem por colocar a criança deitada de lado, nessa posição ela pode facilmente se virar e ficar de bruços. Nem mesmo almofadas devem ser utilizadas para tentar apoiar o neném. “O ideal é não colocar nada que aumente a temperatura, como paninhos ou estofados”, ensinou Antonieta.
Antes de cair no sono, é importante que a mãe coloque o filho para arrotar. “Geralmente, quando a criança mama, ela acaba engolindo ar e isso estufa o estômago. É importante que ela consiga eliminar o ar, já que ele pode fazer com que ela regurgite e se engasgue”. No caso das crianças que têm refluxo, um calço no berço pode ajudar no problema. Esses cuidados estão presentes na rotina de Thayse Neves, 32 anos, mãe de Giovana, de sete meses. Desde que a menina nasceu, dormir de barriga para cima se tornou um costume. “Sempre tive medo de que ela se engasgasse ou que tivesse a síndrome. Não gostava de deixá-la sozinha nem por meia hora. Agora que ela saiu da faixa etária de risco, fiquei um pouco mais tranquila”, disse.
Desde 1994, países como Estados Unidos e Canadá promovem campanhas educativas para orientar os pais para sempre colocarem seus filhos para dormirem de bruços. “Em pouco tempo, as mortes diminuíram, em média, 40%”, informou Antonieta. No entanto, depois desse período, os especialistas notaram um atraso no desenvolvimento motor das crianças. Depois de algumas pesquisas, os médicos notaram que ao se movimentarem enquanto estão de barriga para baixo, os recém-nascidos fortalecem as musculaturas do pescoço, ombro e braços. “E são essas estruturas que, se bem desenvolvidas, vão permitir ao bebê alcançar outra etapas motoras, como se arrastar e ficar de pé”, pontuou Juliana. As fisioterapeutas esclarecem que o importante é que, quando acordados, os bebês sejam colocados de bruços, e que nessa posição eles sejam estimulados a brincar e tentar se levantar. “É importante que ele tente erguer as costas e a cabeça”, finailzou Fonseca.
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