Filhos pedem a prisão do pai

(Por Bárbara Franco) - “Não houve julgamento. Meu filho não está foragido”. Esta é a declaração do criminalista Gil Teobaldo quanto ao julgamento e a sentença remetida ao filho dele, o comerciante José Ramos Lopes Neto. O júri considerou o homem culpado pelo homicídio duplamente qualificado de Maristela Just e pelas três tentativas de homicídio referentes aos dois filhos do casal, Nathália e Zaldo Just e ao irmão da vítima fatal, Ulisses Just. A juíza da Vara do Júri de Jaboatão dos Guararapes, Inês Maria de Albuquerque, sentenciou o réu a 79 anos de reclusão. José é considerado foragido da Justiça desde 19 de maio último, quando teve a prisão preventiva decretada. As buscas estão com o GOE. O Disque-Denúncia oferece R$ 3 mil para informações relevantes sobre a localização de José Ramos.

Agora, a sensação para Nathália e Zaldo é que este é apenas mais um passo para o final desta história dramática. Após anos, eles iniciam a batalha que almejam há tempos. Hoje, os filhos de Maristela têm receio das atitudes do procurado. “O medo existe, não vou mentir. De março para cá, tivemos certeza de que ele está mais do que vivo. Então vem, sim, o medo de novo, do que ele pode fazer”, afirmou Nathália, de 25 anos. Durante 21 anos o casal conviveu com o drama de perder a mãe e o pai em um mesmo momento.

Este ano a família Just se surpreendeu: o caso iria a julgamento. Nathália foi atingida com um tiro no ombro e Zaldo, na cabeça. “Foram 21 anos de impunidade e dor, mas posso dizer que nós conseguimos”. No fim de semana, Nathália deverá retornar para a casa dela, em São Paulo, onde Zaldo passará uma temporada. Os dois acreditam ter encerrado apenas um volume dessa história. “Consideramos que encerramos um livro com este julgamento. Só sossego com o caso Maristela encerrado”, destacou Nathália.

APOIO

Nathália e Zaldo Just, filhos de Maristela Just, afirmaram que vão fazer da história deles uma causa social. Essa foi a forma encontrata por eles para garantir apoio a outras famílias que passam ou que podem passar por situações semelhantes a deles. Ontem, anunciaram que vão acionar a ONU e a Organização dos Estados Americanos (OEA) para apoiar o caso. “É a forma que encontramos para que a morte de minha mãe e a nossa tentativa de morte não se repita”, destacou Nathália.

ORDEM

O presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, afirmou repudiar as últimas declarações do criminalista Gil Teobaldo com relação à localização do filho e ao processo judicial. “Ele mostra falta de respeito com as vítimas, com o Poder Judiciário e toda sociedade. Ele debocha de uma situação que é grave”, declarou. Atualmente há processo ético disciplinar contra as atitudes do advogado. Em audiência será informada a punição, que pode ser de censura até a expulsão temporária da OAB.

Serviço

Disque-Denúncia

(81) 3421.9595 (RMR)

Postado por Gabriel Diniz