Faleceu o artista plástico paraibano Braz Marinho, 52 anos, que sofreu um acidente de carro no último dia 24 de janeiro. No acidente ocorrido na BR-232, quando retornava de Moreno, onde estava construindo uma casa, para o Recife, o artista teve oito costelas quebradas, duas perfurações no pulmão, uma fissura no intestino, uma fratura na clavícula e outra exposta no braço.
Ele ficou internado no Hospital Getúlio Vargas (HGV). Braz Marinho estava ao volante de seu carro, quando foi atingido por uma caminhonete, que cruzou a pista. Ainda não foram decididos horário e local do enterro.
De acordo com o curador e também artista visual paraibano Raul Córdula, que realizou a curadoria de algumas exposições do artista, Braz Marinho era um dos grandes nomes da arte contemporânea nordestina, principalmente da corrente concretista. "Além da relação de amizade de nossas famílias, tínhamos uma ligação pelo lado geométrico de nossos trabalhos. Além de sempre gostar muito da obra dele, Braz era um homem elegante, um cavalheiro", pontua Raul. Ele explica que o conterrâneo deixa a esposa, a professora Karem Almeida, e uma filha, de 7 anos.
Karem também tem um filho de 16 anos, que morava com o casal.
Braz Marinho Júnior começou a carreira artística em 1984, com a participação no 12º Salão dos Novos de Pernambuco, pelo Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (Olinda). Na ocasião, apresentou desenhos e pinturas. Ele morou em São Paulo, Portugal, quando experimentou trabalhar com azulejos e faiança, em Alcobaça, tendo voltado ao Recife em 1997. Braz era nascido em Souza, na Paraíba.
Esculturas de Braz Marinho podem ser vistas no jardim em frente ao Museu Murillo La Greca, no Parnamirim, além de gravuras no restaurante Capitão Lima, em Santo Amaro. Ele já expôs em locais como o próprio La Greca, o espaço PontoConcreto, Instituto de Arte Contemporânea (IAC), no Benfica, e Museu da Abolição, além da participação em eventos internacionais. Braz Marinho fazia parte do Conselho Municipal de Cultura.
Desde 2006, Braz era representado pela galeria de artes baiana Fabio Pena Cal Galeria de Arte. "Investiamos muito no trabalho de Braz, que era um artista completo, que atuava em todos os suportes - pintura, escultura, instalação. Ele era muito criativo", lamenta Dennys Venegeroles, gerente da galeria.
"Braz era um doce de criatura, além de um excelente artista concreto. Ele não era homem de concessões. Nem de coletivos", opina a artista e jornalista Eva Duarte. Vários amigos também deixaram mensagens para Braz em sua página do Facebook. Bruno Vieira postou: "Lembra-te deles, os chamados mortos que embora invisíveis, não se fizeram ausentes… Braz que Deus te proteja e te cubra de bênçãos nessa nova etapa em outro plano no invisível".
Sandro Maciel também se despediu do amigo através da rede social. "É amigo Braz, rezamos, choramos fizemos de tudo, mas você artista inquieto, criador nato, deixou para nós a sua última obra intitulada "saudade". A arte pernambucana está de luto. Feliz é quem pode desfrutar de tua amizade. Certamente, os deuses da arte resolveram levar o gênio criativo para brilhar em outra esfera. Deus ilumine teu caminho!".
Do Viver/DP • Foto: Teresa Maia