Carrefour Boa Viagem: Perícia aponta falta de segurança no local

 

Por Raphael Guerra

Pouco mais de dois meses após a tentativa de assalto dentro do supermercado Carrefour da Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, o laudo do Instituto de Criminalística (IC) de Pernambuco foi concluído. A perícia apontou a falta de segurança no estabelecimento comercial, visto que os caixas eletrônicos - alvo dos bandidos - ficavam localizados em área de grande movimentação e eram abastecidos em horário comercial. Na ocasição, houve troca de tiros entre os vigilantes da empresa Nordeste Segurança, que abasteciam os caixas, e os criminosos. Duas pessoas foram atingidas, entre elas a médica pediatra Maria Cristina Vianna, 53 anos, que vai processar o Carrefour por danos morais, estéticos e materiais. O episódio, que levou pânico aos funcionários e clientes, aconteceu em 28 de novembro de 2012.

O laudo do IC também aponta que houve prejuízo às investigações, pois o cenário do crime foi alterado. “A equipe técnica se dirigiu ao local, sendo recebida e acompanhada por Helsinki Luiz da Silva, o qual informou que era gerente de prevenção de perda do estabelecimento, e declarou que o local onde se deu o fato já havia sido reorganizado, inclusive com o uso de produtos específicos na sua limpeza”, informa trecho da perícia. Procurada pelo Diario de Pernambuco, a assessoria de imprensa do Carrefour informou, por meio de nota, que não teve conhecimento formal do conteúdo do laudo. “A empresa ressalta que continua à disposição das autoridades para colaborar com a resolução do caso.”

O advogado Márcio Freitas, genro da pediatra atingida por estilhaços de bala nas duas pernas, esteve nesta quarta-feira (6) no Ministério Público de Pernambuco (MPPE), onde protocolou documentos e fotos pedindo que o órgão acompanhe as investigações da polícia, que ainda não tem um posicionamento sobre o caso. “Maria Cristina perdeu a sensibilidade tatil na perna esquerda, porque está com uma bala alojada”, contou Freitas. O laudo tanatoscópico do IML apontou que a vítima ficou incapaz de exercer suas ocupações habituais por mais de 30 dias e precisa de novos exames complementares em 90 dias. “Depois disso, vamos dar entrada no processo. Nunca recebemos assistência da empresa”, finalizou a defesa.

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