Médicos do SUS param hoje

Por Lucas Santana
 
Para discutir os desafios, dificuldades e propor soluções para o Sistema Único de Saúde (SUS), parlamentares, médicos e sociedade civil se reuniram ontem na Câmara Municipal do Recife, em um evento que antecedeu a paralisação nacional de servidores que deve ocorrer durante todo o dia de hoje. Na ocasião, o debate foi sobre a falta de prioridade política para a saúde no País, trazendo o foco para a universalidade, integralidade e equidade, diretrizes estipuladas desde a criação do serviço, mas que ainda não estão sendo cumpridas em sua totalidade.

Entre os problemas apresentados, estão a dificuldade de marcar consultas com especialistas e cirurgias, a falta de leitos em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), o deficit na política de valorização de servidores e as extensas filas na marcação e no atendimento. A dificuldade de acesso é uma realidade entre os casos de baixa, média e alta complexidade, e o preocupante é que o sistema é o responsável por ações como vacinação, transplantes e vigilância nos portos e aeroportos. Mesmo sendo considerada maior política de inclusão do mundo, segundo a ONU, o SUS não se solidifica por conta do baixo percentual aplicado na saúde.

De acordo com o representante do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) no debate, Antônio Jordão, o financiamento por parte dos gestores executivos é insuficiente para a demanda. Sem esse devido investimento, todos os problemas seguintes são consequências que só podem ser resolvidas com o comprometimento político. “Estamos em busca de soluções definitivas, e não mais uma ação para “tapar buracos” do sistema. No Brasil, se gasta pouco numa área fundamental, e o investimento é comparado as nações africanas. Apenas 4% do Produto Interno Bruto (PIB), o que é quase irrisório, nossa meta é portanto, aumentar esse número para 10%”, completou.

PARALISAÇÃO

Hoje, médicos de todo o País protestarão contra as más condições de assistência e a baixa remuneração dos profissionais oferecidas no âmbito do SUS. A mobilização nacional em defesa da rede pública quer chamar a atenção da sociedade e dos tomadores de decisão para a crise instalada na assistência à saúde na rede pública. Apenas os atendimentos eletivos como consultas, exames, cirurgias e outros procedimentos agendados serão suspensos. A manifestação não atingirá os setores de urgência e emergência dos prontos-socorros, hospitais e ambulatórios. 

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