Uma jovem de 22 anos levou 12 pontos após ser atingida por um copo de vidro atirado por um homem por volta de 2h15 do domingo (23) no Bar Brahma Aeroclube, na zona norte de São Paulo, filial do tradicional Bar Brahma Ipiranga-São João, fundado em 1948.
Ana Paula, 22, ferida após ser atingida pelos estilhaços de um copo de vidro
Felipe Rafael, 21, que diz ter sido espancado pelos seguranças do Bar Brahma
A auxiliar de departamento pessoal, Ana Paula Pinho, 22, levou seis pontos no rosto, três no ombro e mais três perto do pescoço após ser atingida pelos estilhaços do copo.
O alvo não era Ana Paula, e sim uma outra mulher que estava próxima. Segundo o relato do Bar Brahma, ela teria se irritado com o assédio de um rapaz, que passou a mão em sua bunda, e jogado bebida no rosto dele.
Em seguida, um amigo desse rapaz atirou o copo de vidro, acertando Ana Paula. “Perdi muito sangue. Outros clientes me levaram ao banheiro. Não tinha ninguém no bar para me socorrer”, diz.
Após a agressão, o assistente financeiro Felipe Rafael da Silva, 21, primo de Ana Paula, junto com dois amigos, foi tirar satisfação com o agressor, o que, segundo a versão do bar, teria provocado uma confusão generalizada.
Os seguranças da casa então levaram Felipe para a parte externa do bar para conter o desentendimento.
Segundo o assistente financeiro, ele foi espancado por pelo menos três seguranças da casa e por amigos do agressor.
“Eles me jogaram no chão, deram chutes na nuca, bateram muito na minha costela. Só pararam quando eu disse que iria pagar a comanda e ir embora”, afirma. “Acredito que eles se confundiram e acharam que eu arremessei o copo.”
Na sequência, de acordo com Felipe, o verdadeiro agressor teria aparecido e confirmado aos seguranças que tinha sido ele quem atirou o copo. “Depois que ele confessou os seguranças não tomaram nenhuma providência”, afirma.
O bar nega as acusações. “Os seguranças da casa levaram o primo da garota para área externa, pois ele estava muito exaltado e não desistia de atacar seus oponentes. Em nenhum momento os seguranças agrediram o rapaz, seja física ou verbalmente”, diz, em nota, o estabelecimento.
Atendimento
Ana Paula e Felipe acusam o bar de não ter prestado atendimento após a agressão e não ter solicitado o serviço do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). O bar diz que “a cliente foi prontamente atendida pelos funcionários da casa” e que o gerente do estabelecimento ligou para o Samu, mas não havia unidades disponíveis em razão de um número elevado de ocorrências.
Os dois foram levados a um hospital em Santana em uma van do Bar Brahma. Lá, Ana Paula levou os pontos e Felipe ficou em observação durante três horas, após fazer exame de raio-x. Depois, ambos foram ao 13º DP (Casa Verde) para registrar boletim de ocorrência.
No dia seguinte, Ana Paula e Felipe foram ao IML (Instituto Médico Legal) para fazer exame de corpo de delito. Ontem, o bar também registrou boletim de ocorrência no 13º DP. Ana Paula e Felipe disseram que devem acionar a Justiça contra a casa.