Secretário executivo assume interinamente; Dilma lamenta demissão de Rossi

O Palácio do Planalto divulgou que o secretário executivo do Ministério da Agricultura, José Gerardo Fonteles, assumirá a pasta interinamente em substituição a Wagner Rossi, que entregou no início da noite de ontem (17) seu pedido da demissão à presidenta Dilma Rousseff.

Dilma disse que foi surpreendida com o pedido de demissão do ministro, entregue quando ela retornou ao Palácio do Planalto depois de ter participado do encerramento da Marcha das Margaridas. Dilma recebeu o pedido de demissão diretamente de Rossi, na presença do vice-presidente, Michel Temer, em seu gabinete.

Ao receber o documento, Dilma aceitou sua demissão e divulgou nota dizendo que lamenta "profundamente a saída do ministro Wagner Rossi, que deu importante contribuição ao governo, com projetos de qualidade que fortaleceram a agropecuária brasileira. Agradeço o seu empenho, o seu trabalho e sua dedicação. Lamento ainda que o ministro não tenha contado com o princípio da presunção da inocência diante das denúncias contra ele desferidas."

O ministro vinha sendo alvo de denúncias e acusações de favorecimento de aliados em licitações. O ex-presidente da Comissão de Licitações da pasta acusou o ministro de saber da presença de um lobista, trabalhando nas dependências do ministério, para interferir nos processos licitatórios. As primeiras denúncias foram feitas pela revista Veja. Ontem (16), reportagem do jornal Correio Braziliense trouxe a denúncia de que o ministro viajou em um jatinho emprestado de uma empresa que presta serviços ao governo.

Para a oposição, a queda de Rossi pode contribuir para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Corrupção. Essa é a expectativa do líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), que conta a revolta dos parlamentares do PMDB no Congresso Nacional para conseguir as assinaturas necessárias para instalar a comissão. “Teremos mais um foco de insatisfação no governo e isso pode contribuir para que a CPI se torne um fato”, afirmou Dias, pouco depois do anúncio da demissão de Rossi.

Na opinião do senador oposicionista, a saída de um ministro do PMDB do governo deve indicar mais problemas na relação do partido com o PT e com a presidenta Dilma Rousseff. “O vice-presidente da República [Michel Temer] é patrono do ministro e é óbvio que há um desconforto”, avaliou Dias.

A nomeação de José Gerardo Fonteles como secretário executivo ainda não foi publicada no Diário Oficial da União, mas ele foi designado para o cargo ontem (16), em substituição a Milton Ortolan.

Da Agência Brasil


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