Motorista que causou morte vai responder por homicídio culposo

O jovem acusado de dirigir o carro que invadiu a calçada e matou a dona de uma banca de revista em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, sábado (27), foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 2 mil. A delegada Rosileide Carmina, responsável pelo flagrante, disse que ele vai responder em liberdade pelo crime de homicídio culposo (sem intenção de matar), com pena prevista de detenção de quatro anos.

Artur Henrique Fernando Bastos, 22 anos, segundo a delegada, não apresentava sinais de embriaguez. “Mas, como o Instituto de Criminalística encontrou latas de cerveja no carro, ele foi submetido a testes de alcoolemia no Instituto de Medicina Legal.”

Pessoas que presenciaram o acidente que resultou na morte de Lenira de Melo Pereira, 62, disseram que Artur não estava dirigindo o carro, e sim um amigo dele, que se encontrava visivelmente embriagado.

“Isso só poderá ser confirmado no desenrolar do inquérito, mas não vejo razão para ele assumir a culpa de um homicídio. Além disso, o carro está no nome de uma irmã dele, o que corrobora o fato de ele estar na direção”, diz a delegada. No depoimento, Artur Henrique confirmou que estava acompanhado de um amigo.

João Henrique Nobre, advogado e amigo da família de Lenira, lembra que, quando o condutor está alcoolizado, responde por homicídio doloso (com intenção de matar), cuja pena é mais grave. “Além disso, por estar embriagado, ele não teria direito ao seguro do carro. Por isso, o outro assumiu a culpa.”

O acidente aconteceu por volta das 18h de sábado (27), na Avenida Conselheiro Aguiar, e ainda deixou ferido o porteiro aposentado Geraldo Avelino da Silva, que conversava com Lenira no momento da colisão. Ele permanece internado no Hospital da Restauração. De acordo com a assessoria de imprensa do HR, o quadro de saúde dele é estável. Embora não corra risco de morrer, não há previsão de alta para o aposentado.

Um dos filhos de Lenira, o comerciante João Alberto Pereira, 29, lamentou a morte violenta da mãe. “Ela teve um AVC no fim do ano passado, ficou em coma e passou três meses internada. Saiu do hospital sem sequelas e voltou a trabalhar para acabar morrendo desse jeito”, disse, indignado.

Domingo (28), o clima era de consternação no Conjunto Pernambucano, residencial onde Lenira morava e mantinha a banca de revistas, na calçada, há mais de 30 anos. O enterro da comerciante ocorrerá esta segunda (29), no Cemitério Parque das Flores. O horário ainda será definido. Este domingo (28), no velório, dezenas de amigos e e familiares de Lenira choravam e rezavam.

Do JC online

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