Luto: Os últimos momentos do presidente Carlos Alberto de Oliveira

Por Marcelo Cavalcante

O secretário-geral da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), João Caixero, em entrevista concedida à Rádio JC CBN, contou alguns detalhes do falecimento do presidente da entidade, Carlos Alberto de Oliveira, na manhã desta segunda-feira.

"Ele havia me ligado. Estava bem-humorado e motivado para trabalhar. Pediu para que chegasse mais cedo na Federação, porque queria conversar sobre o futebol pernambucano e também sobre a sua viagem para Londres, já que ele iria chefiar a delegação da seleção brasileira, no amistoso contra Gana. Dez minutos depois, liga Sônia, sua esposa, pedindo para que eu entrasse em contato com o cadiologista dele. Eu nem havia conseguido falar e, cinco minutos depois, Sônia liga novamente para falar sobre a morte", contou Caixero.

Carlos Alberto de Oliveira estava à frente da FPF desde 1995. Nossas críticas a sua gestão se referia justamente ao fato de uma pessoa estar tanto tempo no poder. Sempre defendemos a oxigenação de ideias. Do seu jeito, Carlos Alberto rebatia as críticas. Muita gente me perguntava se eu tinha ódio dele e ele de mim. De forma alguma. Sempre nos tratamos muito bem nos eventos esportivos. Estive com Carlos Alberto de Oliveira no Chile, na estreia do Sport na Taça Libertadores. Conversamos por um bom tempo no aeroporto.

Na última quinta-feira, ele ligou para o celular do Blog do Torcedor logo pela manhã. Queria fazer uma explicação. Eu havia escrito que se Carlos Alberto de Oliveira topasse o desafio de ser candidato a presidente de Jaboatão dos Guararapes, ele deixaria a entidade. "Não tem nada a ver, Marcelo. Eu posso ser candidato e ser presidente da FPF. Uma coisa não impede a outra", disse.

Ao contrário do que muita gente pode pensar, ele foi muito educado. Trocamos ideias. E ele falou de sua pretensão de concluir o mandato, que duraria até 2015. "Aí, vou comemorar o centenário da FPF e descansar", afirmou na entrevista.

O destino não quis que Carlos Alberto de Oliveira terminasse o seu mandato. Carlos Alberto, de fato, era um dirigente linha dura. A intansigência atrapalhava. Mas ninguém pode dizer que ele não estava do que fazia. Carlos Alberto de Oliveira era um apaixonado pelo futebol pernambucano. E a FPF era sua vida. Ele se transformou, durante todo esse tempo envolvido no futebol, numa das referências do Estado.

Descanse em paz, presidente!

 

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