Corpo de Pinheiro é velado na sede do Fluminense nas Laranjeiras

RIO - O corpo do ex-zagueiro Pinheiro, que morreu na noite desta terça-feira, aos 79 anos, de falência múltipla dos órgãos, está sendo velado nesta quarta-feira no salão nobre do Fluminense, nas Laranjeiras. O enterro do ídolo tricolor será na quinta-feira. O local ainda não foi divulgado.

O Fluminense decretou luto oficial de sete dias e todas as bandeiras do clube estão a meio-mastro. Na partida desta quarta-feira, contra o São Paulo, no Morumbi, será respeitado um minuto de silêncio.

Pinheiro foi ídolo do clube nos anos 50. Ele jogou por 13 anos nas Laranjeiras. Foram 603 jogos e 51 gols com a camisa tricolor. De acordo com o clube, o ex-zagueiro foi o segundo jogador que mais vestiu a camisa do Flu, ficando atrás apenas do goleiro Castilho, que atuou em 697 partidas.

O ex-zagueiro era um dos ídolos de Abel Braga e chegou a ser o treinador do hoje técnico do Flu:

- Foi um dos grandes homens que conheci e meu mestre no futebol. Devo tudo a ele - disse o treinador, que chegou a doar sangue neste ano em uma campanha realizada pelo clube para ajudar o ídolo - disse na terça-feira.

O presidente do Fluminense também lamentou a morte do ex-zagueiro.

- Morreu nesta terça-feira uma parte marcante da história do Fluminense: Pinheiro. Um homem a quem devemos idolatrar muito além das quatro linhas. Um ídolo, uma referência. Sentiremos a sua falta, mas ele está eternizado na memória e no coração do torcedor tricolor - disse Peter Siemsen.

Pinheiro chegou nas Laranjeiras com 17 anos

João Carlos Batista Pinheiro chegou ao Fluminense em 1948, com apenas 17 anos. Antes de jogar como zagueiro, chegou a atuar como goleiro, centroavante e meia. No ano em que chegou ao clube, foi campeão juvenil carioca, brasileiro e sul-americano.

Em 1951, quando Zezé Moreira levou o Fluminense à conquista do título carioca impondo a marcação por zona, Pinheiro foi o grande líbero da defesa, além de cobrador de pênaltis:

- Eu escolhia um canto e mandava a bomba, quase sempre de bico para não dar tempo do goleiro se mexer - lembrou o ex-zagueiro, quando entrevistado pelo site oficial do Fluminense.

Pelo Fluminense, conquistou títulos importantes como o Pan-Americano e a Taça Rio de 1952, o Torneio Rio-São Paulo de 1957 e o de 1960, além do Carioca de 1959. Pela seleção brasileira, foi titular na Copa de 1954, na Suíça.

Ao encerrar a carreira como atleta, Pinheiro começou a de técnico. Em 1973, na decisão da Taça Guanabara contra o Flamengo, deu novas provas de sua forte personalidade. Um diretor mandou uma escalação num bilhete. Pinheiro colocou outro time em campo e, após a vitória por 3 a 0, avisou a equipe:

- Ganhamos o título, mas perdi meu emprego.

Estava certo: na semana seguinte, cedia o cargo para Duque.

Do Extra online

Postar um comentário

Comente esta matéria

Postagem Anterior Próxima Postagem