Clubes do Interior exaltam legado deixado por Carlos Alberto de Oliveira

Por Lívio Angelim
 
Quando chegou à presidência da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), em 1995, Carlos Alberto Oliveira carregava consigo uma “bandeira”: difundir e fortificar o esporte no interior do Estado. Em pouco mais de 16 anos, o Central conquistou o vice-campeonato do Estadual uma vez, o Porto conseguiu o mesmo feito em outras duas ocasiões e o Salgueiro se classificou para a Série B do Campeonato Brasileiro. No fim das contas, aprovação dos cartolas na “interiorização do futebol”, lamentação por causa do falecimento do ex-presidente da FPF e luto por três dias.

“Até mesmo antes de chegar à presidência, Carlos Alberto Oliveira já tinha atitudes e atenções diferentes com os times do Interior. Ele era representante da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) no Nordeste e nos apoiava bastante. Inclusive com cobranças, do jeitão dele”, lembra o presidente do Vitória, Paulo Roberto de Arruda.

Em 1995, quando Carlos Alberto Oliveira tomou posse da presidência da FPF, nenhum time de fora da Região  Metropolitana de Recife (RMR) havia conseguido chegar a uma final do Estadual. Dois anos depois, o Porto foi vice-campeão pernambucano e repetiu o feito no ano seguinte. O presidente do Tricolor do Agreste, José Porfírio, disse: “O futebol do Interior cresceu a partir dele (Carlos Alberto). O poder econômico dos clubes fora da Capital é pequeno, mas tem um povo faminto por futebol em cada cidade do Estado. Foi feito um grande trabalho”.

É um consenso entre as nove equipes que disputaram a elite do Campeonato Pernambuco de 2011, a aprovação do trabalho de Carlos Alberto Oliveira e a boa relação com os clubes do Interior. Até a Cabense, na figura do presidente Antônio Luiz Gomes Junior, tem a passagem do mandatário como “muito importante para os clubes do Interior, não deixou nada de negativo”. A diretoria do Azulão entrou em conflito com a FPF por conta do Caso Apagão no Estadual deste ano. No fim das contas, o clube azulino foi rebaixado para a Série A2, depois de perder os pontos da partida para o Salgueiro.

O papel mais importante desempenhado por Carlos Alberto Oliveira foi a captação de recursos para os clubes interioranos através de patrocinadores, direitos televisivos e campanhas do Governo do Estado. O presidente do Salgueiro, Clebel Souza, explicou as melhorias e lamentou bastante a perda. “Ele (Carlos Alberto) trouxe o Todos Com a Nota, colocou os jogos do Interior na TV. Hoje, você tem, praticamente, cinco equipes sertanejas na elite do Estadual. Além de Petrolina, Araripina e Salgueiro, falta pouco para Belo Jardim e Serra Talhada conseguirem o acesso à Primeira Divisão (do Campeonato Pernambucano)”, disse. 

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