
O relato é da leitora Rachel Mendes Plutarco...
Minha história se passa na casa de minha avó materna, na qual passei todas as minhas férias de infância!Essa casa fica no Bairro da Encruzilhada, em frente à chamada Praça do Caminhão, pertinho do mercado. Lá hoje moram os meus tios, um primo e minha avó.
Quando eu era criança meu avô paterno tinha o costume de reunir os netos no horário do jantar para contar histórias assustadoras sobre a "casa branca", que também fica em frente à praça. Na residência não se via nenhum morador, somente as luzes acessas. Eu sempre ficava prestando atenção a famosa a tal casa e nunca não via ninguém. Meu avô me contava que, naquela casa, panelas voavam, e tinha um menino que andava saltitando por cima das grades do portão da frente. Mas essas coisas eu também nunca vi.
Porém, a casa que mais parecia mal-assombrada na Encruzilhada era a da minha avó, essa mesma onde eu me hospedava. Era grande, com seis quartos, e cercada de árvores. Devido a elas, tudo era sombrio. E havia com muito lodo nas paredes. Diziam meus primos que acontecimentos sobrenaturais eram corriqueiros na casa da minha avó. Mas eu achava até graça dessa fama.
Com o passar dos anos, infelizmente vovô faleceu e eu vim morar no Recife para estudar. Passei viver na casa e resolvi ficar no quarto dele, pois éramos muito apegados - tinha ótimas lembranças das nossas noites "assombradas". Eu nessa época, já tinha muito medo dessa casa. Havia muitos móveis velhos, muitos cômodos fechados, e nela se escutava barulhos muito estanhos. Para ir ao banheiro à noite era uma agonia. Meu quarto era de frente um corredor que era um breu sem fim. Só saía de um cômodo se o outro já estivesse com a luz acesa, e sempre correndo.
Muitas vezes antes de adormecer senti a cama que fora do meu falecido avô afundar no cantinho, como se alguém estivesse sentando ao meu lado. Achava estranho, mas nunca abria os olhos com medo do que podia ver. Apesar do receio, acreditava que se tratava do meu avô me visitando - era grande a minha saudade. Foram situações misteriosas com as quais aprendi a conviver.
O problema começou quando uma tia-avó minha, que veio morar com minha avó, faleceu no quarto dela que ficava próximo ao banheiro. Quando estava viva, estava quase sempre trajando um vestidinho traspassado azul, sentada na sala, com os pés para cima num puff feito de bolinhas de isopor, jogando Resta Um. Seu divertimento era esse jogo. Ela morreu e a cena desse divertimento dela ficou na minha memória.
Tempos depois, certa vez resolvi tomar banho, e fui logo cedinho, começo da tarde, para não correr o risco de ficar sozinha por muito tempo. Mas terminei me empolgando com os condicionadores e, quando vi, já era noite, e eu estava mais uma vez tendo que encarar o corredor escuro. Deixei a luz acesa e, enrolada na toalha, saí sem olhar para os lados.Contudo num momento alguma coisa me chamou atenção e olhei para sala: nesse momento vi claramente minha tia-avó sentada, com seu vestidinho azul, seu puff de bolinhas de isopor e o seu joguinho. Olhei de relance, mas vi!
Até hoje digo, com toda a certeza, que minha tia-avó ainda mora lá...e parece que está esperando alguém para uma partidinha de Resta Um!
Minha história se passa na casa de minha avó materna, na qual passei todas as minhas férias de infância!Essa casa fica no Bairro da Encruzilhada, em frente à chamada Praça do Caminhão, pertinho do mercado. Lá hoje moram os meus tios, um primo e minha avó.
Quando eu era criança meu avô paterno tinha o costume de reunir os netos no horário do jantar para contar histórias assustadoras sobre a "casa branca", que também fica em frente à praça. Na residência não se via nenhum morador, somente as luzes acessas. Eu sempre ficava prestando atenção a famosa a tal casa e nunca não via ninguém. Meu avô me contava que, naquela casa, panelas voavam, e tinha um menino que andava saltitando por cima das grades do portão da frente. Mas essas coisas eu também nunca vi.
Porém, a casa que mais parecia mal-assombrada na Encruzilhada era a da minha avó, essa mesma onde eu me hospedava. Era grande, com seis quartos, e cercada de árvores. Devido a elas, tudo era sombrio. E havia com muito lodo nas paredes. Diziam meus primos que acontecimentos sobrenaturais eram corriqueiros na casa da minha avó. Mas eu achava até graça dessa fama.
Com o passar dos anos, infelizmente vovô faleceu e eu vim morar no Recife para estudar. Passei viver na casa e resolvi ficar no quarto dele, pois éramos muito apegados - tinha ótimas lembranças das nossas noites "assombradas". Eu nessa época, já tinha muito medo dessa casa. Havia muitos móveis velhos, muitos cômodos fechados, e nela se escutava barulhos muito estanhos. Para ir ao banheiro à noite era uma agonia. Meu quarto era de frente um corredor que era um breu sem fim. Só saía de um cômodo se o outro já estivesse com a luz acesa, e sempre correndo.
Muitas vezes antes de adormecer senti a cama que fora do meu falecido avô afundar no cantinho, como se alguém estivesse sentando ao meu lado. Achava estranho, mas nunca abria os olhos com medo do que podia ver. Apesar do receio, acreditava que se tratava do meu avô me visitando - era grande a minha saudade. Foram situações misteriosas com as quais aprendi a conviver.
O problema começou quando uma tia-avó minha, que veio morar com minha avó, faleceu no quarto dela que ficava próximo ao banheiro. Quando estava viva, estava quase sempre trajando um vestidinho traspassado azul, sentada na sala, com os pés para cima num puff feito de bolinhas de isopor, jogando Resta Um. Seu divertimento era esse jogo. Ela morreu e a cena desse divertimento dela ficou na minha memória.
Tempos depois, certa vez resolvi tomar banho, e fui logo cedinho, começo da tarde, para não correr o risco de ficar sozinha por muito tempo. Mas terminei me empolgando com os condicionadores e, quando vi, já era noite, e eu estava mais uma vez tendo que encarar o corredor escuro. Deixei a luz acesa e, enrolada na toalha, saí sem olhar para os lados.Contudo num momento alguma coisa me chamou atenção e olhei para sala: nesse momento vi claramente minha tia-avó sentada, com seu vestidinho azul, seu puff de bolinhas de isopor e o seu joguinho. Olhei de relance, mas vi!
Até hoje digo, com toda a certeza, que minha tia-avó ainda mora lá...e parece que está esperando alguém para uma partidinha de Resta Um!
Publicado no Assomblog
Foto: Roberto Beltrão